Perdendo a alma?
Escrevo novamente neste espaço, sensibilizado especialmente após o desabafo de vários colegas atleticanos.
Estaria o nosso amado Atlético Paranaense, ‘perdendo sua alma’, como já afirmaram alguns?
Eu respondo: NÃO!!! JAMAIS!!! Mas advirto: TOMEMOS CUIDADO, MUITO CUIDADO!
Não esqueçamos jamais das palavras daquele que na minha humilde opinião, foi senão o maior, um dos maiores Atleticanos desta linda História de 90 anos: Jofre Cabral e Silva.
Este homem, meus amigos, depois de POPULARIZAR o clube e encher de orgulho a Nação, simplesmente morreu declarando seu amor ao Atlético e advertiu em 68 o que nossa geração de Atleticanos vivos ainda deve ouvir, repetir e praticar: – NÃO DEIXEM NUNCA MORRER O ‘MEU’ ATLÉTICO.
– Mas o que é o Atlético de Jofre e da esmagadora maioria dos atleticanos? Permitam-me expor alguns detalhes, peço desculpas se me estender, pois é a emoção:
PRIMEIRA QUESTÃO: Ele é Rubro-Negro, vermelho e preto, as cores da raça e da paixão.Não é cinza como o estádio, uniformes de treino, Smart Card e até a cor da gravata que o atual comandante-mor exibiu em recente encontro do trio de ferro. (Neste, os demais, com o correto orgulho de suas cores, trouxeram as gravatas correspondentes. -Aliás, o cinza está presente desde a campanha ‘Atlético Total’, quem não se lembra da camisa? Uma baita faixa cinza central na camisa..). Nâo interessa se é camisa treino, Marketing etc; O FATO: tá cheio de cinza nas nossas coisas.
SEGUNDA QUESTÃO: Atlético é seu nome, Paranaense com orgulho. Não chamem clube por sua SIGLA. Por apelido sim, adotamos a mesma alcunha que a imprensa rendeu ao poderoso esquadrão de 1949, apelidando-o de FURACÃO.Querem chamar o clube de qualquer coisa que não o nome, chame então pelo apelido que o identifica em todo o Brasil.
TERCEIRA QUESTÃO: Sua torcida é apaixonada e fanática como ele próprio foi, é conhecida internacionalmente por sua vibração e fidelidade. É composta por uma democrática mescla, conhecida como ‘povão’. Um Atlético acessível e democrático. Xingar a coxarada era típico dele, afinal foi ele que criou o apelido. Dezenas de milhares de torcedores permaneceram como sócios mesmo após exílio de 3 anos de seu estádio e rebaixamento. Sobrevivemos a outros exílios de nossa casa, vide o Pinheirão. Um clube que tem 200 milhões de TORCEDORES aproximadamente. Que AMAM seu clube não pelo que possui, como Estádio Padrão FIFA ou CT de 1o mundo, e sim porque ele existe, possui as cores da paixão e da raça, pela sua História e Tradição e por ser seguido uma legião de Fanáticos torcedores. Aliás, é de se pensar: quantos não passaram a torcer pelo clube vendo a festa de sua torcida?
TERCEIRA QUESTÃO: É um clube que de tão apaixonante, NÃO HÁ OUTRO NA HISTÓRIA em que, por exemplo, ex-jogadores criaram cada um a letra do Hino, outro faz também o arranjo, outro desenhou o MONOGRAMA CAP como ESCUDO com a própria mão em cada camisa do time. Aliás, este último senhor desferiu um sopapo no Major Couto Pereira, aquele mesmo que deu novo nome ao antigo Belfort Duarte. Esses detalhes do tempo do onça é relevante? -Demais, pois o Atleticano tem orgulho do passado e da sua história.
Temos que deixar bem claro, uma coisa é EVOLUÇÃO, o que NÃO NECESSARIAMENTE PRECISA VIR COM MUDANÇA EM SUAS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS E FUNDAMENTAIS. Se querem mudar tudo, daí já é + fácil refundar o clube, adotar outra cor e ignorar a própria identidade. Deixem então o Atleticano de verdade viver só na saudade..O Atleticano gosta é da festa nas arquibancadas, de usar e estampar em todo o lugar o vermelho e preto, de comemorar título, de tomar sua cerveja e se congraçar com seus amigos no Caldeirão do Diabo.Lotado, de preferência. Este é o Clube Atlético Paranaense meus amigos.
Sei que muitos podem me xingar de coxa agora, só porque ousarei falar do SemiDeus…
Peço que imaginem que não conhecessem nosso mandatário, desconsideram a gratidão por todas as excelentes conquistas em termos de estrutura que conquistou junto com a sua equipe e esqueçam sua personalidade de homem é polêmico, mas que desde os anos 80 vive o Atlético, nos tempos da Retaguarda Atleticana. Ele não surgiu em 1995, como querem alguns. Seus feitos são inegáveis e sua contribuição valorosíssima para o Atlético. Porém, ele não é
Deus e nem tampouco está imune a críticas. E nem tampouco porque vc critica é contra uma pessoa.
Somente peço que reflitam. Jamais deixe morrer o Espírito Crítico em vc.
O que pensariam se alguém se apresentasse como Presidente Atleticano para vc e:
– quando perguntasse por que o nosso Estádio tem cadeira cinzas, ele afirmasse que a cor vermelha ‘CANSA’.
– ele jamais tivesse sido visto(pelo que saibamos) trajando uma camisa de nosso clube (se alguém viu e tem a foto como prova desse momento, postem por favor pois tenho a absoluta certeza que essa foto será uma das mais comentadas da história do clube).
– que essa pessoa afirmasse que o Atleticano ‘nao merecesse tudo isso’ referindo-se à ‘ARENA CAP’ só porque sua torcida,passional que é, estava cobrando melhor desempenho do time treinado pelo Espanhol escolhido por ele.
– que cogitasse fazer fusão com outros clubes da capital.
– que reprimisse a festa nas arquibancadas, afirmando que ‘ofusca’ o ‘espetáculo’ do seu ‘produto’.
– que já pensa em inventar a roda e colocar gramado sintético num campo sagrado como o nosso, onde Djalma Santos, Bellini, Caju e tantos outros craques já jogaram e sujaram com terra e grama nosso manto.
– que chegasse ao cúmulo de bater em torcedor.
Apenas para lembrarmos, ele não é perfeito, fez e está fazendo muito pelo Atlético, mas é preciso repensar principalmente o que queremos e o rumo das mudanças, se não precisamos acertar a mão no que tange à não fugir de suas raízes.
Nosso clube precisa urgentemente resgatar o Atleticanismo. Poderia muito bem abrir um Museu na Baixada, fazer uma estátua para o maior artilheiro de todos os tempos no Atlético, como sugestionou várias vezes o falecido Dionga. Será que precisará nosso craque da 8 falecer para ter as devidas homenagens?
Daqui a pouco começam as ladainhas de ‘o que era o Atlético antes do Petraglia’ e blá blá blá…
Era simplesmente o Atlético, meu amigo. Pobre, simples, mas meu Atlético. O clube que amo só pelo fato dele existir. Que amamos por ser Rubro-Negro, por nos despertar tantos sentimentos, fazendo-nos vivos ao torcer, seja em um estádio de futebol padrão FIFA ou não, assistindo tv ou ouvindo o radinho, aonde fazemos o que gostamos: curtir uma partida de futebol e torcer pelo clube que somos apaixonados.
As pessoas que frequentaram nosso acanhado Caldeirão na Antiga Baixada sabem, íamos na certeza que nosso grito e pressão faria a diferença, nosso Atlético iria ganhar, nem que fosse só no Gogó! Hoje tristemente, assisto uma torcida que está esfriando, mas não morrerá, nem jamais deixará que o Atlético morra!
Acorde, Atleticano, você é que faz a diferença! Sempre fez e sempre fará! Viva intensamente seu amor pelo Atlético e suas cores!
Nosso clube pode evoluir e modernizar, mas JAMAIS perderá sua alma! Quem faz a História de Furacão somos nós! Pense nisso!
Por Deus, pela Pátria, pelo Atlético, até morrer!