Fazia tempo que eu não vinha a este democrático foro para falar das coisas atleticanas. Não por preguiça ou desinteresse pelo nosso amado rubro negro, mas por estar me sentindo completamente impotente diante desse desastre em que nos metemos há alguns anos e que agora mostra os seus resultados.

Eu gostava quando aqui vinha denunciar as insanidades de Mário Celso Petralha e levava cacetadas de todos os lados da sua fiel tropa de choque. Pelo menos podíamos dialogar. Cegamente, ou com os pés no chão.

Era muito bom quando o time vinha entrando em decadência e eu podia denunciar as irresponsabilidades do Presidente e receber, de pronto, as respostas enraivecidas dos seus cegos subservientes.

Uma fase bem frisante foi a de Drubscky, que estava nos levando ao inferno e Petralha traz um técnico de segunda linha para que enterrasse mais o time e o Presidente pudesse dizer: ‘estão vendo?, tirei o Drubscky, como vocês queriam, e não adiantou nada’.

Ocorre que, naquela época, a fada madrinha do Petralha ainda estava animada; deu uma poção mágica ao Mancini, acertou o time e nos levou,nada mais, nada menos, do que à Libertadores.Aí a tropa de choque petralhista caiu de pau em cima e, humildemente, reconheci a sábia decisão do Presidente.

Ledo engano, ninguém pode ser maior do que o nosso semi Deus. Às vésperas do nosso maior campeonato, ao contrário do que qualquer dirigente futebolístico faria, demitiu o nosso competente técnico,o nosso preparador físico (tido por toda a imprensa como um dos melhores do Brasil) escolheu a dedo os nossos maiores atletas e os escorraçou do time. O resultado todos sabem.

Até aí a Tropa de Choque ainda se arvorava em defender com unhas e dentes S.Exa., dizendo que Mancini era covarde, Manoel arrogante, Paulo Baier velho e ultrapassado,os outros que fossem para o Flamengo, porque deles não precisávamos, que o tempo é o senhor da razão e, blá, blá, blá. Até aí eu ainda me animava vir aqui bater de frente com os cegos seguidores do visionário.

Mas, de um tempo para cá, perdi totalmente o tesão. Não há mais como brigar, não há mais como dialogar.Estamos como aquele povo de Chico Buarque, andando de lado e olhando pro chão.Não há mais contraditório. Todos sabem o tamanho do buraco em que esse Presidente nos meteu e não dá para ver nenhuma luz no fim do túnel. Só que os cegos recusam-se a admitir isso, sejam por interesses comerciais, ou por mera idolatria, à figura do ‘infalível’.

Em outros tempos estaria me dirigindo à Arena para ver a partida contra o Maringá mas, hoje,estou aqui diante do computador remoendo essa raiva, completamente impotente diante desse monstro que Petralha nos delegou.

Não posso acreditar, senão por motivos comerciais, obviamente, que Napoleão, Macaco, Clift, Roberto Bronner, Olívio Batista, Dogair, Minimetsu Não Sei o Que,e alguns poucos outros, ainda tenham disposição para defender esse sujeito que nos meteu no maior desastre da história do Atlético.