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29 abr 2015 - 19h42

Quem nunca?

Eu já idolatrei o Petraglia (quem nunca?) quando nos fez voltar à elite do futebol nacional em 1995.

Também já sofri e defendi o Petraglia (quem nunca?) no julgamento do STJD quando ele foi punido naquele episódio do ‘unha de cavalo’ em 1997.

Já vibrei pelo Petraglia (quem nunca?) quando ele peitou um jogador Bambi na área mista da Arena quando nosso jogador Fabrício foi violentamente agredido num dos inúmeros jogos que o time são paulino perdeu em nossos domínios.

Já tive sentimentos conflitantes de admiração e ódio pelo Petraglia (quem nunca?) quando ele resolveu fazer bancadas tubulares na Arena para tentar convencer a CONMEBOL de aceitar a final da Libertadores em nossa casa. Ele não acreditava no time?!

Já tive raiva do Petraglia (quem nunca?) quando estava fora da Administração do Clube e botou lenha na fogueira ao divulgar os salários do elenco em 2011.

Já fiquei estarrecido quando o Petraglia (quem nunca?), ainda fora da Administração do Clube, deu entrevista a um jornal local sugerindo a Arena única para a dupla ATLEtiba.

Já fiquei ressabiado por conta do Petraglia (quem nunca?), quando ele quis voltar em 2011. Votei nele porque a outra chapa era da turma do MM quem recém havia nos rebaixado, mas com uma baita ‘pulga atrás da orelha’.

Também já acreditei no Petraglia (quem nunca?) quando ele pediu um ano adicional na presidência sob o argumento de que precisava concluir o ‘projeto’.

Ainda, já fiquei revoltado com o Petraglia (quem nunca?) quando nosso time foi inúmeras vezes humilhado pelo rival ervilha ou quando perdeu jogos ridículos na Arena, nos últimos 10 anos principalmente.

Quem nunca achou, em algum momento desses últimos 20 anos, que o Petraglia era o maior presidente da história do nosso Atlético? Quem nunca temeu, em algum momento, o fim da era Petraglia e o risco de não haver um atleticano como ele capaz de peitar CBF, Rede Globo e Clube dos 13? Quem nunca reconheceu que o Atlético a partir de 1995 deu um salto gigantesco e passou a rivalizar com os grandes do futebol nacional? Quem nunca achou que o Petraglia era o melhor de todos, apesar de algumas ações inconsequentes e prejudiciais ao Clube?

Pois é, mas depois de 20 anos, colocando na balança todas as BENFEITORIAS e os MALEFÍCIOS atribuídos ao Petraglia enquanto homem forte do Clube, vejo que a balança começa a pender para o lado ruim. Apesar de reconhecer os feitos, os malfeitos estão sendo tão prejudiciais a ponto de manchar tantas coisas boas que ele fez ao Clube.

Tivemos no início do século um período
ímpar para nos impor definitivamente sobre os ervilhas e assumir o protagonismo do futebol paranaense. Eles estavam no fundo do poço e nós por cima da carne seca com o recente título nacional, quase o repeteco em 2004 e a final da Libertadores no ano seguinte. Tínhamos um CT e estádio invejados por todos os clubes do Brasil, e os verdes tinham decepções atrás de decepções.

E o que nós fizemos para aproveitar isso? NADA! Não aumentamos o número de torcedores, retiramos da exposição na mídia as coisas do Clube, e quando falavam de nós era para criticar, para agredir, para dizer que somos um clube antipático. Não conquistamos um tetra ou penta campeonato local para jogar na cara dos coxinhas todo o rancor da década de 70, mostramos que não éramos ‘incaíveis’ como todos nós acreditávamos, não incentivamos o povão a voltar ao estádio e não conseguimos sequer chegar perto da quantidade de sócios que as paquitas têm.

O Petraglia está conseguindo acabar com a paixão de milhares de pessoas pelo Clube a ponto de os torcedores torcerem o nariz para a Baixada, um templo que outrora foi idolatrado e tido como nossa maior arma. Vejo com tristeza muitos falarem mal da nova e imponente Arena, mas não discordo das críticas. A Baixada, apesar de imponente, deixou de ter a cara do Atlético. É hoje um ambiente frio, onde não nos sentimos em casa. Não tem nossa identidade e nossas cores, não tem boas lanchonetes onde ficávamos nos confraternizando no intervalo, não tem uma loja decente com produtos do Clube para fazermos a festa e esvaziarmos nossa conta bancária. Sem falar no gramado…

Em resumo, não temos mais um estádio agradável, não temos há tempos elencos decentes, não temos ídolos dentro do gramado, não temos títulos recentes, não temos promoções para fazer o povão lotar as dependências do imponente estádio, não temos planos de sócios decentes para atender a todos os públicos, não temos perspectivas de ficar na séria A ao final de 2015…o que temos agora é estádio cinza e vazio, títulos protestados, dívidas a perder de vista, patrimônios penhorados, ódio de muitas comunidades pelo interior do Estado.

É uma pena realmente. Achei mesmo (quem nunca?) que o Petraglia teria seu nome escrito eternamente na história do Atlético como o maior presidente de todos os tempos. Acho que ainda terá um espaço de destaque, mas será como o mais prejudicial presidente que tivemos pelas bandas do Água Verde.

Com tristeza reconheço que o reinado do imperador chegou melancolicamente ao fim, para sempre!



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