Todas as noites de domingo eu costumo dormir mal. Isso desde a adolescência. Nesta lamentável noite de domingo em que simplesmente não dormi, comecei a dar valor às noites mal dormidas.

Acredito que toda a minha indignação até não seja pelo desastroso empate. O que me fez rolar de um lado para o outro sem conseguir relaxar foram as respostas do nosso técnico e dos nossos jogadores. O exagero da normalidade. Exemplifico:

A realidade gritante de não ter peças de substituição é normal, levar um sufoco da Ponte em função de bolas aéreas é normal, empatar com o rebaixado time do Grêmio é normal, dizer que “vamos trabalhar a semana para corrigir os erros” e não corrigí-los é normal, dar esperanças ao Santos é normal, tudo é normal e, dentro desta normalidade, passa pela minha cabeça a temerosidade de que nosso técnico simplesmente julgou como “COISAS DO FUTEBOL E, PORTANTO, NORMAL” ter perdido um título importantíssimo para o Cruzeiro enquanto técnico do São Paulo.

Peço perdão aos nossos torcedores pela sinceridade mas, todos os canais de esporte, todos os programas de esporte, os telejornais, todos os dias, todas as manchetes durante toda a semana, não falaram outra coisa a não ser do Atlético Paranaense. Isso não é normal e, me desculpando de novo, com 25 minutos do segundo tempo a torcida gritar “olé”, nem que fosse normal.