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29 nov 2004 - 15h54

Triste fim de domingo

A penosa segunda estrela dourada está demorando para chegar à Rua Buenos Aires.

Após gritar olé, jogar pipoca pra cima e até dar tapa na cabeça do meu colega gremista que estava assistindo o jogo ao meu lado, tive que engolir seco o empate do time gaúcho aos 46 do segundo tempo.

Nunca me senti tão furioso com uma derrota. Lembro que quando era pequeno, não conseguia dormir quando o Atlético perdia um jogo. Podia ser para qualquer um, Matsubara, Operário, Colorado, Pinheiros… Ver o Fantástico naqueles dias era simplesmente insuportável. Quando o Léo Batista aparecia na tela, eu mais do que rápido, fugia da sala e me trancava no quarto. Não agüentava ver a Zebrinha falando: “Ih, deu Zebra”. Aquilo soava em meus ouvidos como se fosse um martelo velho batendo em uma bigorna enferrujada. Naquele tempo o consolo de mãe era fundamental. Com uma fala calma e na maioria das vazes inebriante, minha fúria tornava-se passageira e o cair no sono era questão de minutos.

Com o passar dos anos achei que tinha superado este problema. O Atlético perdia e eu ficava fulo é claro, mas conseguia encarar as coisas com maior naturalidade, afinal de contas já era um adulto e não pegava bem ficar aceitando consolo para conseguir dormir.

Domingo 19:00 horas, que alegria ! O Atlético sobrava em campo e a vitória parecia mais do que certa. Só que o time acomodou-se e por alguns instantes lembrava exatamente aquele que perdia para o Matsubara, Operário, Colorado, Pinheiros… Não acredito! Gritei inconformado. Eu também não ! Gritou meu amigo gremista, sentado ao lado com uma cara de vitorioso mesmo vendo seu time ser rebaixado.

O sabor da derrota estava estampado em todos os rostos dos atleticanos presentes. Nem parecia que ainda éramos líderes do campeonato. Enquanto isso, o torcedor tricolor vibrava como se estivesse conquistando um título de Libertadores. Ironia do destino, nós em primeiro lugar da tabela, eles em último, e os semblantes trocados como se fosse um jogo de espelhos.

Como se não fosse suficiente, ainda tive que ouvir as buzinas Alvi Verdes apitarem pela cidade toda, não por eles terem vencido o jogo contra o Vitória, mas principalmente por termos empatado. Ah, esses coxas são um caso à parte!

Mas como diz o chavão: as coisas nunca foram fáceis para o Atlético e não será dessa vez que vai ser diferente. O calvário é inerente a todo atleticano e sofrer faz parte da nossa tradição.

A essa altura do campeonato não me sobrou outra opção. Primeiro tive que juntar toda a pipoca do chão, depois veio o revide do meu amigo; com meu consentimento, fiz questão de levar um tapa bem dado na cabeça e então fui para casa com a camisa dobrada na mão como se tivesse perdido um título.

Agora temos que encarar o São Caetano, Vasco e Botafogo como gente grande, do contrário vai faltar colo de mãe para consolar a inconformada torcida atleticana.



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