Pontos escorridos
Agora, depois de termos perdido a liderança para o juiz da partida contra o Juventude, bem como para as potências futebolísticas que são o Paraná e o Grêmio (ambos em último lugar), dependemos do Vasco, nosso último carrasco, para continuar sonhando, além de uma vitória (que de qualquer jeito será dramática) sobre o desesperado Botafogo. De repente o campeonato está na mão do bacalhau, o 15.º elemento. E o que eu posso dizer? Já que acordou, dá-lhe Vascão!
Pior seria se fosse o coxa, que, se tivesse time, entregava tudo (ui, verdolengão!) pro Santos. Quando começou essa história de pontos corridos, lá no final de 2002, a primeira coisa que eu pensei foi: E se o Atlético depender do coxa na última rodada? Bem, não precisou chegar à última rodada do ano. De certa forma, estamos pagando o erro de ter trazido esse time pro campeonato em 95. Se não os tivéssemos carregado nas costas pra ele sair da lama, talvez um time de verdade teria enfrentado o Santos, e poderia tê-lo derrotado.
Esse Santinhos, coitado, com seu futebolzinho feio e burocrático, suou pra ganhar do coxa morto, que, jogando contra sua própria e perdida torcida, cometeu o episódio mais feio de toda a história do futebol (se é que isso ainda pode ser chamado de futebol). Queira a justiça e a lógica (ambas severamente castigadas por essa fórmula boboca de pontos corridos) que o campeão brasileiro seja o nosso Furacão, com seu lindo futebol, sua torcida apaixonada e sua magia encantadora. Mas, se o Vasco não tiver coragem pra peitar o Santos, o nosso (possível) vice-campeonato servirá pra nos lembrar o erro que foi termos permitido que o coxa fosse o vice da segundona de 95.
Por isso, antes do título, ou da saudade, eu só tenho mais duas coisas a dizer: torcer pro coxa dá azar. E, de novo: dá-lhe Vascão!