Gazeta do Povo: um jornal de segunda
Data estelar, domingo, 11 de dezembro. Ano: 2005. Acordo cedo para ler o jornal e saber das novidades no mundo, país e terrinha querida. As notícias variadas: corrupção (ah! que novidade!), o governo federal que não manda dinheiro para o Paraná (ah! para que servem nossos Deputados Federais?), entrevista com Veríssimo ( esse gaúcho é muito bom!) e a história do centenário do Bento Munhoz da Rocha Neto com uma análise de sua obra.
Após a leitura inicial, parto solene para as páginas esportivas onde a grande maioria dos brasileiros busca as informações de seu time de futebol e alguma outra notícia sobre os demais esportes. Eu, particularmente gostaria de saber o resultado da decisão da copa Junior Atlético X Paraná, no sábado. Surpresa! Surpresa! Como que por encanto, como se fosse a primeira vez ao repassar as páginas do chamado caderno de esportes vejo na primeira folha uma chamada sobre a volta do capitão vitorioso o capitão Hidalgo que junto com o presidente Evangelino tantas glórias deu ao Coritiba.
Continuo minha leitura e na página 2, coluna denominada Intervalo, uma coluna publicada aos domingos e segundas , sou bombardeado com 6 colunas sobre Hidalgo, Rafael Camarota, Márcio Araújo, preparador de goleiros do coxa, etc… Tento a terceira página e vejo uma reportagem de página inteira sobre Hidalgo, o contestador onde o capitão fala de suas novas funções no alvi-verde. Quase desiludido neste domingo de tempo encoberto vou finalmente à longínqua quarta página e o que vejo? Nossa inconteste submissão ao futebol paulista! Uma página inteira sobre o São Paulo Futebol Clube e o campeonato mundial interclubes.
Parabéns senhores editores do caderno de esportes da Gazeta do Povo. Os senhores conseguiram mostrar que este jornal é realmente de segunda. Nenhuma, repito, nenhuma linha sobre o Clube Atlético Paranaense! Parabéns senhores editores. Ao privilegiar notícias do glorioso mostram que parte da imprensa paranaense é autofágica e despreparada ao desrespeitar uma grande parcela do torcedor paranaense que inclui os Rubro-negros e os paranistas.
Aproveitando a entrevista com o Veríssimo procurem verificar o jornal Zero Hora , de Porto Alegre e vejam se, algum dia, aquele deixou de fornecer notícias seja do Grêmio, Internacional e mesmo de Juventude ou Caxias. O futebol paranaense só será grande no dia em que a imprensa local respeitar os torcedores de todas as bandeiras. Também será forte quando notícias de clubes paulistas, cariocas, mineiros ou gaúchos forem notícias de rodapé, e não ocuparem páginas inteiras em detrimento aos nossos times.
Por esses motivos eu parabenizo a Gazeta do Povo , um jornal de segunda, e comunico que a partir desta data não mais acompanharei o futebol por este meio de comunicação. Espero que editores de outros jornais possam perceber a importância de respeitar e tratar com igualdade as forças futebolísticas não só de Curitiba, como também do Estado do Paraná. O futebol paranaense não se resume ao Alto de tantas glórias… Saudações Rubro-negras.
Ah! O campeonato de juniores! Fomos Campeões! Onde eu fiquei sabendo? Lancenet e Gazeta esportiva – jornais paulistas! Ah! Parafraseando o Corisco…dónde será que fica Goiatuba? Teremos o ano todo de 2006 para conferir!