Caro Juliano Ribas
Caro Juliano Ribas,
Depois de algum tempo resolvi lhe escrever estas linhas…Acompanho tudo do nosso Atlético Paranaense, místico, que me dá orgulho, que me ferve o sangue, que eu amo. E estou quase triste. Por isso, neste semestre bicudo, você tem sido a voz dissonante.
Se bem que, por sinal a maré já está mudando, pois ver os Bambis do Aloísio – que tanto torço para se lascar – se ferrarem diante do Inter já um bom sinal, era o que faltava para a virada, neste ano dos agourentos e dos processos judiciais autofágicos.
Tenho lido tudo aqui no Furacão.com, todos os dias… Aguardei como uma “mulher de pescador” a saída rançosa do Giva… E ela veio!
Caro Juliano, congratulo sua perseverança de verdadeiro atleticano, aquele que não desiste, mesmo perdendo de um famigerado e estatístico 2 a 1, você ainda é um fanático, daqueles que gritam “raça, raça”…”vaiiiii, vaiiiii…” do ladinho da TOF, ou da Madre Maria.
Confesso que em algum momento li um texto seu e me senti estranho… Poxa, só essa cara está a favor… E aí lembrei de uma coisa…Em meados de 2005, na Libertadores, eu escrevi um dos únicos textos a favor do Atlético Paranaense, aqui no Fala… Criticando justamente isso. Disse, “genti” o time é isso aí que temos, Ronaldinhos, robinhos, cicinhos, chiquinhos e bichinhos, se são fantásticos craques estão na Europa, não aqui! Mediozinho, no Eixo, tirando um quinhãozinho.
Se nós formos contra o Atlético, quem será por nós? Eu repito os “Xocos” reba, os Vileiros Club, os Bambis de sofá do meu prédio… Todos são contra o Atlético… Mas não eu, nem você, sempre serei a favor. Viva o Furacão das Américas, viva El Paranaense.
Mas tem uma coisa muito séria a ser dita aos jogadores. ENTROSAMENTO e RITMO DE JOGO. E isso leva um ano.
Todas, eu disse todas, as vezes que conquistamos algo, a velha máxima do futebol esteve presente. Nos times entrosados se sobressai qualquer jogador…O medíocre fica bom, o bom vira craque. Mas tem que JOGAR, ter PREPARO FÍSICO de jogo.
Dúvidas? A base do time do Abelão de 1999 (Abel Braga, que foi dispensado “de boca” na última passagem dele pelo Atlético Paranaense, lembra? Pois é!) foi ser campeão brasileiro em 2001 com Geninho.
Isso se chama base e entrosamento. O vice de 2004? Um baita craque como o Coração Valente. Pasmem golaços de, como é mesmo o nome dele.. Dennis Marques, uma defesa entrosada com Marcão (que dava gosto ver jogar na Arena, coisa de cinema).
Outra dúvida? Os porqueiras dos Vileiros, uma base de timinho montado (excetuando-se, é claro, o estilo retranqueiro de interior de sempre, argh!) do ano anterior… Pronto em segundo neste campeonato Brasileirinho. Pronto, um monte de chora pitanga aparecendo por aqui.
Desculpe, mas tenho que insistir com a diretoria. Entrosamento e preparo físico, mais de ritmo de jogo (não treino) leva UM ANO. Quer ao contrário? Xaropinho acochambrou um ano inteiro para ser vendido, pegou costume, sumiu do mapa da Champions League da Inglaterra, acabou no banco e… na Turquia.
Caro Juliano Ribas, parabéns. Mantenha a mística chama rubro-negra acessa. VALEU!