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15 ago 2006 - 21h22

Vivendo e aprendendo

“Viver perigosamente”, era o que eu mais fazia, nos tempos de colégio, no saudoso SEPAM, lá em Ponta Grossa, já se vão mais de 25 anos. Todo o ano era a mesma coisa: só me preocupava em estudar quando a água já tinha passado, e muito, do meu traseiro. Aí era o maior desespero para recuperar, mas acabava passando de ano. Na alegria por ter saído do sufoco, sempre vinha minha mãe, com a velha ladainha: “aprendeu agora a lição? No ano que vem vai estudar desde o começo do ano?”

Não. Por pior que fosse o sufoco no final do ano letivo, eu sempre parecia esquecer tudo nos meses de férias e, no recomeço no ano seguinte, a mesma estratégia suicida. No fundo eu achava que era difícil, virtualmente impossível, reprovar de ano. Assim, corria os mesmos riscos por anos e anos e dá-lhe missa e reza e macumba quando a coisa ficava preta.

Assim foi até o primeiro ano da faculdade, onde consegui a proeza de ficar para a final em todas as matérias, inclusive desenho. Mas o sofrimento foi tanto que finalmente aprendi a lição: do segundo ano para frente não mais arrisquei e tudo ficou muito mais fácil e simples.

Hoje eu vejo o quanto arrisquei naqueles anos, o quanto tudo poderia ter sido muito mais fácil. Mesmo sendo jovem e ingênuo, eu sabia, tinha perfeita noção dos riscos que corria, mas achava que valia a pena corrê-los, talvez por excesso de confiança e auto-suficiência.

Assim como eu, muitos amigos meus naquela época também passaram por esse tipo de apuro, companheiros de orações e aulas particulares de final de ano. Ainda hoje é possível identificar aquela mesma forma de pensar, que pode-se traduzir pelo famoso “eu sei o que faço”; ou “isso não é de sua conta”; ou quem sabe o mais contundente “quem não é a favor é inimigo”. “Eu sei o que faço e dane-se quem não concorda”. Tudo bem quando você diz isso pensando em sua vida, desde que não envolva mais ninguém, afinal você tem o direito de fazer o que bem entende.

Por tudo isso, para mim erros que se repetem indicam a certeza de que algo está sendo muito mal avaliado. E o mais importante, que é preciso muita humildade para reconhecer e corrigir e, infelizmente, são poucos os que têm essa grande capacidade. No quadro atual, não vejo ninguém com essa qualidade no nosso amado Atlético. E os erros se repetem e repetem e repetem…

Quem paga, sempre, somos nós torcedores. Os nossos castelos de sonhos aos poucos vão se desvanecendo no ar pesado que já ronda a Baixada e o CT há algum tempo. É triste ver quantos são os atleticanos que estão perdendo suas acalentadas ilusões, estão despertando para a sempre dura realidade.

O importante é nunca esquecer o que é o Clube Atlético Paranaense, cuja imagem deve transcender a qualquer culto a personalidade. Pois nunca se deve dar a ninguém o direito de destruir o que foi construído com tanto suor e luta por tantas pessoas apaixonadas.

Por mais que estejamos, há tempos, falando e falando, sem sermos ouvidos; por mais que sejamos desprezados e desconsiderados, não se desgoste, atleticano. Situações e pessoas passam; grandes instituições ficam.



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