Bumba-meu-boi
Agora sim. Agora posso ver o meu Furacão jogar com raça e dedicação. Nunca pensei em tamanha vibração com um empate na Baixada como foi contra o River. O time teve inúmeras falhas, mas foi determinado, empolgante e valente. Contra os verdes-falidos-paulistas foi a mesma coisa. Mas o sabor já mudou, pois o primeiro gol foi um frangaço do Tiago (todo goleiro está sujeito a falhas, mas essa doeu…) e o segundo foi uma falta no João Leonardo que o cagão do juiz fechou os olhos por medo de não conseguir sair vivo do Parque Antarctica.
Tenho plena consciência das limitações (creio que todos nós temos) do atual elenco rubro-negro. No entanto, há uma coisa que não consigo entender: o bumba-meu-boi* na saída de bola. Sempre achei que a nossa saída de bola era o bumba-meu-boi por pura falta de qualidade técnica individual dos jogadores de defesa e meio-campo. Até já me conformava com isso. No entanto, no nosso último jogo em São Paulo, por uns cinco – talvez dez, minutos durante o segundo tempo, nossa zaga foi muito pressionada e saía tocando a bola. Sim, isso mesmo: toques de bola, alguns de primeira, rápidos, precisos. Quando começei a me empolgar com esse futebol mais vistoso e objetivo, achando que, através do desgaste, o time tornava-se mais inteligente e pensou em fazer a bola correr mais que os jogadores, tudo voltou ao normal e o bumba-meu-boi foi reestabelecido. Por que isso acontece? Não que o Palmeiras tenha aumentado a pressão após esse período. Ela foi forte desde o início do jogo.
Por que não há sinais de um treinamento, uma orientação, uma movimentação que proporcione uma melhor evolução da equipe para o ataque? Acredito que Ferreira, Marcos Aurélio e Dênis Marques até estão conseguindo se virar por lá. Mas, com mais qualidade, acho que as coisas poderiam ficar um pouco menos difíceis para o time.
Apenas gostaria de ver o time evoluir para o ataque de forma mais organizada. Acho que isso ajudaria todos os setores da equipe.
Aos jogadores: Obrigado pela raça, vontade de vencer e profissionalismo!
Força, FURACÃO!
*Bumba-meu-boi: tática de saída de bola utilizada desde a Era Givanildo. Consiste no Cléber passar a bola para o Danilo, que dá aquela mirada para o campo de ataque e manda aquela bicuda com gosto, sem direção alguma. Aí os nossos guris, Ferreira, Marcos Aurélio e D. Marques tem que se virar para subir junto com os zagueiros. Uma beleza.