28 nov 2006 - 21h23

Fator Arena vai para o espaço

“Nem o diabo ganha aqui no Caldeirão”. A música que há anos revelava uma verdade – a grande dificuldade que os adversários tinham em vencer o Atlético em sua casa – está a cada dia caindo em mais descrédito. Afinal, vencer o Furacão em casa não é mais uma tarefa tão difícil, principalmente nesta temporada.

Durante todo o ano, o torcedor atleticano teve que conviver com derrotas e eliminações dentro da Baixada. As desclassificações do clube no Campeonato Paranaense e na Copa do Brasil, dentro da Arena, apenas anunciaram o quanto o ano seria de sofrimento caseiro ao clube. No Brasileiro, o “fator Baixada” não fez muito sucesso e na Copa Sul-Americana, apesar do início promissor, a eliminação para o Pachuca se iniciou justamente no jogo em Curitiba, quando o Atlético perdeu para os mexicanos por 1 a 0.

Durante toda a temporada, o time principal* do Atlético disputou 30 jogos na Baixada. Foram 15 vitórias, 8 empates e 7 derrotas, com aproveitamento de 58,88% dos pontos disputados. O desempenho é o segundo pior da história da Arena (veja abaixo), superado apenas pela campanha de 2002, quando o Atlético teve um aproveitamento de 58,06% em casa, com 15 vitórias, 9 empates e 7 derrotas, em 31 jogos.

No Campeonato Paranaense, foram oito jogos na Baixada, com quatro vitórias, três empates e uma derrota, justamente no jogo decisivo pelas quartas-de-final, contra o ADAP. A derrota por 2 a 1 para o time de Campo Mourão, no dia 18 de março, foi a segunda na história do Atlético para uma equipe do interior paranaense na nova Baixada (a primeira delas havia sido em 2003, quando o Grêmio Maringá venceu o Rubro-negro, por 3 a 2, derrota que custou o cargo do então técnico Heriberto da Cunha).

Quatro dias depois de ser eliminado em casa do Estadual, o torcedor atleticano teve que presenciar outro desastre na Baixada. O empate por 0 a 0 com o Volta Redonda eliminou o Furacão da Copa do Brasil, competição considerada prioritária pelo clube nesta temporada, já que é o caminho mais curto para a Copa Libertadores da América.

Brasileirão: o Caldeirão esfriou

Antes de começar o Campeonato Brasileiro deste ano, o Atlético tinha o melhor aproveitamento em casa entre todos os clubes da primeira divisão, considerando-se as últimas três temporadas, todas disputadas pelo sistema de pontos corridos. Entre 2003 e 2005, o Atlético disputou 67 jogos do Campeonato Brasileiro como mandante. Foram 43 vitórias, 13 empates e 11 derrotas, com 70,64% de aproveitamento.

Mas em 2007 o Atlético decidiu acabar com esse retrospecto positivo. Foram 19 jogos como mandante neste Brasileirão (sendo 18 deles disputados na Kyocera Arena). O clube conseguiu apenas nove vitórias, com três empates e sete derrotas (sendo que para Fluminense, Internacional, Goiás, Botafogo, Corinthians e Grêmio as derrotas foram dentro da Baixada – apenas para Figueirense foi na Vila Capanema). No total, o aproveitamento neste Brasileirão como mandante foi de apenas 52,63%.

Confira o aproveitamento do Atlético em casa desde 1999, quando foi inaugurada a Arena:

1999:
15 jogos: 10 vitórias, 3 empates e 2 derrotas
31 gols marcados; 15 gols sofridos
Aproveitamento: 73,33%

2000:
34 jogos: 21 vitórias, 9 empates e 4 derrotas
70 gols marcados; 36 gols sofridos
Aproveitamento: 70,58%

2001:
34 jogos: 25 vitórias, 6 empates e 3 derrotas
88 gols marcados; 46 gols sofridos
Aproveitamento: 79,41%

2002:
31 jogos: 15 vitórias, 9 empates e 7 derrotas
57 gols marcados; 26 gols sofridos
Aproveitamento: 58,06%

2003:
29 jogos: 19 vitórias, 4 empates e 6 derrotas
59 gols marcados; 32 gols sofridos
Aproveitamento: 70,11%

2004:
31 jogos: 22 vitórias, 7 empates e 2 derrotas
79 gols marcados; 23 gols sofridos
Aproveitamento: 78,49%

2005:
35 jogos: 26 vitórias, 5 empates e 4 derrotas
84 gols marcados; 40 gols sofridos
Aproveitamento: 79,04%

2006:
30 jogos: 15 vitórias, 8 empates e 7 derrotas
58 gols marcados; 41 gols sofridos
Aproveitamento: 58,88%

*Não estão computados os jogos pela Copa dos 100 anos, disputados pelo time B do clube, e nem o jogo contra o Figueirense, na Vila Capanema, pois o clube cumpria suspensão imposta pelo STJD.



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