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28 dez 2007 - 16h21

O monge e o treinador

“Não é você que procura um livro, é o livro que encontra você!” Esta frase está presente em um filme que não é lançamento, muito menos um clássico, mas com um nome capaz de identificar com qualquer torcedor atleticano, ‘Hurricane – O Furacão’, estrelado por Denzel Washington. Furacão, Washington… cheio de coincidências, não?

Vocês podem até estar pensando que vou falar do filme, mas não, vou falar do livro que me encontrou e que tem tudo a ver com o que nosso time passou no ano de 2007. Afinal, muitos críticos afirmam que um bom escritor não é aquele que inventa coisas, mas sim aquele que sabe passar suas idéias de uma forma que o leitor se identifique.

Apesar de um livro que está fazendo fama, não o havia procurado para comprar, e enquanto muitos falavam de quanto era bom, preferia comentar de outros livros que estava lendo. Mas o Natal chegou, presentes, e entre eles o livro ‘O Monge e o Executivo – Uma história sobre a Essência da Liderança’, o qual ganhei de minha amada irmã.

Ainda não o terminei, na verdade li apenas 40 das 140 páginas, e apesar de ainda estar no começo, já tive certeza que o livro havia me encontrado e que estou vivendo o mesmo momento que o personagem principal vivia antes de fazer o seu retiro no monastério. Estava focado apenas em resultados, esquecendo de relacionamentos. É hora de parar para pensar e melhorar minha forma de agir… mas e aí, o que este livro tem a ver com o Clube Atlético Paranaense e o que presenciamos em 2007?

No primeiro capítulo, além de conhecer um pouco da história de nosso interlocutor, podemos saber melhor as diferenças entre Poder e Autoridade e para um bom torcedor é evidente as diferenças entre as lideranças de Vadão, Antônio Lopes e Ney Franco.

Antes de continuar, quero explicar que Poder é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer, e Autoridade é a habilidade de levar pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal.

Vadão era o técnico amigão, que tratava todos bem, mas não era focado em resultados e procurava escalar o time conforme a qualidade do seu relacionamento com o jogador. Antonio Lopes era diferente, usava e abusava de seu Poder para alcançar os resultados exigidos pela diretoria. Adiantou no ínicio, mostrou aos jogadores que deviam dar o máximo de si para alcançar resultados, mas em um momento eles se rebelaram ao técnico pois sua principal característica é mandar sem se preocupar com a individualidade de cada jogador. Muitos torcedores concordaram que o jeitão oposto ao de Vadão iria ‘dar um jeito’ em nossos jogadores.

Nos primeiros exemplos tivemos um que tentava vencer pela Autoridade, outro apenas com o Poder. Nenhum dos dois funcionou efetivamente. Para um faltou um pouco de Poder para estabelecer objetivos e ordem, para outro faltou relacionamento com os jogadores para que estes assumissem juntos a vontade de vencer e alcançar os resultados exigidos. Aí chegou um minerin…

Ney Franco, um treinador da nova geração (e cantor nas horas vagas), conseguiu conquistar a amizade dos jogadores e respeito da torcida, como também soube usar de sua Autoridade para que todos (jogadores e torcida) jogassem juntos para conquistarmos nossos objetivos, com ele conseguimos sair da zona de rebaixamento, lutamos por uma vaga na Libertadores, conseguimos a vaga na Sulamericana e lotamos a Arena, sem esquecer da 3a melhor campanha do returno.

Agora resta esperar 2008 para ver o que a nossa equipe (jogadores e torcedores) irá conquistar… mas tenham certeza que estou otimista com este ano que está por começar… ainda mais com Ney Franco comandando Antonio Carlos, Rhodolfo, Claiton, Valencia, Ferreira e os demais responsáveis em honrar a nossa camisa!



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