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13 mar 2008 - 12h19

A máquina virou sucata

Ney Franco deve estar pensando: “O que eu vou fazer agora?” Ele armou o time amontoado em torno de um jogador e conseguiu realizar um esquema eficiente, equilibrado e que necessitava apenas de tempo para ganhar corpo, confiança, firmar-se e levá-lo aos céus.

Não estou acompanhando muito o time devido ao amadorismo de uma empresa contratada e também devido ao “FifaFever” por parte da nossa direção, que está tão voltado à Copa que esquece de ficar em cima de uma empresa contratada, que demonstrou não ter muita experiência no ramo.

Mas me baseio no esquema que vi no final do Brasileiro passado. Era um esquema meio maluco, onde Ferreira era, simultaneamente, meia e atacante. Sim, ele deveria voltar junto dos volantes para fazer a marcação e partir com ela pra perto de Marcelo Ramos, ou de algum lateral, para tramar algo, correr e tentar fazer gol.

Achava que isso sobrecarregava demais o Ferreira, mas deu certo. Pelo nanico colombiano ser extremamente guerreiro, rápido, habilidoso e com um fôlego espetacular. Aí dizem do Wiliam. Me diz quem no futebol brasileiro hoje, corre mais, se doa mais à equipe que o Ferreira? Eu não vejo.

Ney tomou uma rasteira que não esperava. Acho que imaginava que o Ferreira sairia apenas na metade do ano. E aí, depois do time voar baixo, do Furacão soprar forte, vencer títulos, resignar-se ao poder econômico. Mas com ao menos 1 caneco.

Agora…a coisa tá feia. A máquina virou uma sucata. E ninguém percebeu a falta apenas do Ferreira, porque o NeoBambi Jancarlos e o Claiton saíram na sequência. Acho que o Nei é melhor que o JanCarlos. Mas falta-lhe confiança. Menos técnico, mas mais rápido, mais raçudo e mais jovem. E não bebe como um V8. O Claiton estava vibrando muito e transmitia isso pra todos. Contagiava a equipe. Vinha crescendo de produção, mas nunca foi o jogador que agora falam que é. Acredito que ao final da Copa do Brasil (se…) ele atingiria um nível fantástico, tanto físico, quanto técnico. E aí sim, tornaria-se fundamental. Vimos apenas o início de um time que inevitavelmente tornaria-se um dos maiores de nossa História.

E enquanto isso, nossos diretores só tem olhos para a Copa do Mundo, lá de 2014. E dá-lhe convencer o Requião e o Beto Richa ao Rio para dependurarem-se nas bolas do Ricardo Teixeira. Acho que estão mais do que certos. É um investimento com retorno garantido. Mas é à longo prazo.

E agora? Agora. Esse ano. 2008. Copa do Brasil (“isso já não te pertence mais!” rir pra não chorar), Brasileirão, SulAmericana? Hã? Ah é, a Copa. Não tem problema não. Eu espero até 2015, quando tudo estiver mais calmo.

Até lá, pra que títulos? Melhor é entrosar um time e quando ele começar a triturar todo mundo que aparecer pela frente, mudar tudo. “É irrecusável, lamentamos.”
É. Todos nós.



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