Vivam os Cornetas! Deles é o reino do futebol…
Aspirantes a colunistas que não suportam críticas de leitores devem, urgentemente, tomar duas atitudes: aprende a ouvir o que não quer ou desiste de escrever. Caso contrário, correm o risco de tornarem-se altistas patéticos, crentes em uma espécie de grandiosidade que não possuem. O escritor, seja ele de que gênero for, apenas se constitui enquanto tal na medida em que há leitores para seus escritos. São estes que dão vida aos textos, concordando ou discordando deles, opinando, acrescentando fatos e ideias, apresentando novas possibilidades de sentido muitas vezes inusitadas. Sem leitores não existem textos, não existem colunistas, não existem mídias de comunicação gráfica. Isso parece óbvio demais, mas, face ao teor de colunas recentemente publicadas neste site, também parece que deva ser dito. Tenho a impressão que o espírito ditatorial petragliano ainda habita alguns atleticanos… Com o futebol ocorre a mesma coisa que ocorre com a produção e a publicação de textos. Sem críticos, sem cornetas, sem torcedores, sem disque-me-disques, sem burburinhos nas ruas das cidades, não há futebol. O que envida os eventos futebolísticos são os dizeres que os envolvem. Antes de criticar os ‘cornetas’ ou os leitores desse site que se posicionam, algumas vezes, contra a opinião de algum colunista, o que deveria ser feito era agradecê-los. Com diria Nietzsche, é importante a peçonha das serpentes… Talvez, isso também é óbvio, seja difícil distinguir as espécies de serpentes que nos cercam. Em todo caso, qualquer gesto de arrogância e de desrespeito ao leitor por parte de um escritor, seja lá quem for, merece repúdio. E a melhor forma de demonstrar nosso repúdio e silenciar esse escritor é não ler o que ele escreve.