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18 mar 2009 - 21h46

O estranho caso de um atleticano do norte do Paraná

Pois é, eu sou um sujeito diferente. Moro em Maringá e não ouço sertanejo universitário, não faço agronomia ou zootecnia, não sonho ter uma F250 cabine dupla, não vou a rodeios em Colorado e tampouco torço pra times de futebol do estado de São Paulo.

Ouço Rock’n Roll, curso faculdade de Direito, prefiro carros esportes a utilitários, frequento ambientes onde não existem animais sendo laçados por sujeitos de masculinidade duvidosa e o torço para o Clube Atlético Paranaense. Meu pai é um palmeirense sem grandes convicções e, por assim ser, nunca despertei a simpatia necessária para me intitular torcedor do time verde.

Me lembro do ano: 1995. Confesso ter passado a assistir jogos de futebol neste ano, contudo, os olhos ainda não estavam voltados ao Rubro-Negro paranaense, e sim ao alvinegro carioca, sim, o bizarro Botafogo. Bem, como há uma boa explicação para cada coisa que nos acontece na vida, para essa também há. Um dos meus primos mais velhos era torcedor fanático do Botafogo e um dia, ao entrar em seu quarto me deparei com um símbolo gigante do referido time carioca.

O que me chamou a atenção, entretanto, não foi o símbolo botafoguense e sim uma caveira enorme que ele tinha pintado no meio da estrela solitária. Comecei a acompanhar os jogos na companhia do meu primo na torcida pelo time da cidade maravilhosa, e acho que sou pé quente, pois aquele ano o foguinho viria a se tornar o campeão brasileiro da série A do campeonato brasileiro.

Para você que não está vendo sentido algum nessa história eu sugiro que continue a ler, pois garanto que ela tem um desfecho Rubro-Negro.

Pois é. Em meio às diversas reportagens que me recordo ter assistido naquela época, uma marcaria pra sempre minha história e transformaria minha vida: se tratava de uma reportagem exibida pela Globo, consagrando os campeões da série A e B do Campeonato Brasileiro. Me lembro das imagens da nossa torcida sendo passadas e repassadas, os gols antológicos de Oséas ao som do grito da fanática torcida rubro-negra, os gritos de “A-TLÉ-TI-CO!” ecoando pelo submundo da minha mente.

Não teve outra. Não sei o que se passou dentro de mim, não sei como descrever o que se passou dentro de mim, mas naquela hora, naquele exato momento e local, eu tinha certeza que aquele era o time para qual eu devia empenhar minha humilde torcida.

A partir daí, procurei de todas as formas me informar sobre a identidade do time que me cativara tanto. Conversas com os raros atleticanos daqui da cidade eram pratos cheios para minha curiosidade sem fim sobre o assunto…

É claro que muita coisa aconteceu desde lá, vieram as diversas experiências de torcedor: as vitórias fantásticas, as derrotas heróicas, ou não, os títulos, a experiência incrível de conhecer a ARENA e, seguindo a lógica, a paixão só se fez aumentar.

O tempo passou, o CAP atingiu níveis de excelência nunca imaginados, exibiu conquistas que celebrei, por vezes sozinho, na quietude da sala de TV da minha casa.

Somente hoje, após diversos anos acompanhando o futebol atleticano através de jogos e sites, como o Furacao.com, foi que resolvi externar a minha paixão pelo CAP.

Com o devido atraso de quem se tornou atleticano apenas aos oito anos de idade, PARABÉNS, CAP, pelo seus oitenta e cinco anos.



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