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15 abr 2009 - 11h39

Os dois lados

No domingo passado, estive novamente na Arena da Baixada para ver o Clube Atlético Paranaense jogar bola.

Bom, realmente estive na Arena da Baixada nesse domingo passado, mas ver o Clube Atlético Paranaense jogar bola, meu amigo, isso eu não vejo faz tempo.

É, no mínimo, desgastante vir a este espaço toda semana para mostrar os erros da equipe, desde a sua escalação até sua qualidade técnica.

Acredito que já ficou bastante evidenciado aqui mesmo neste espaço que os torcedores têm razão ao criticar determinados jogadores, criticar a teimosia (ou incompetência?) do treinador, cobrar as promessas não realizadas de campanha e pedir, no mínimo, um time que honre as tradições do maior e melhor.

Por isso, vou apenas relatar um fato engraçado que ocorreu nesse último jogo.

Minha cadeira fica bem próxima ao camarote do Presidente Marcos Malucelli e de sua diretoria.

Por isso, posso observar todos os tipos de comentários e de emoções dele.

Primeiramente, gostaria de deixar claro que acredito sim que o nosso presidente é um torcedor e que, talvez com mais tempo, possa reestruturar o Departamento de Futebol, que só nos tem dado tristezas e incertezas nesses últimos anos.

Aí vêm os “2 lados” que formam o título da minha coluna:

Acho realmente muito louvável e até corajoso da parte do nosso presidente assistir aos jogos tão próximo à torcida e sem nenhuma segurança particular para o proteger.

Isso demonstra uma radical mudança de comportamento, visto que antes nosso ex-presidente assistia aos jogos em seu camarote, totalmente isolado da torcida e rodeado de seguranças.

Como disse, é também corajoso da parte dele, pois com o que o time está produzindo em campo fica muito fácil um torcedor se voltar contra ele e tentar agredi-lo física ou verbalmente.

Em todo caso, dou um ponto positivo para ele, pois demonstra que quer interagir de alguma forma com o torcedor e ficar próximo para saber das reclamações e sugestões que temos a oferecer.

Esse é um lado.

O outro lado, que acho até engraçado (para não dizer trágico), foi ver uma atitude que nosso presidente teve durante parte do 2º tempo do jogo de domingo.

Em certa altura, o “profissional de sei lá o que menos de futebol” Júlio César recebeu a bola perto da grande área e, como de costume, mandou um foguete que deve estar pousando em algum lugar do espaço neste momento.

Imediatamente, olhei para o camarote de nosso presidente e o que vejo? Levantou-se irritadíssimo, gesticulando e o xingando de tudo que é nome.

Não pude conter as risadas. Achei realmente cômico por diversos motivos. A respeito desse “ser” Júlio César, é sabido, acredito que até pela mãe dele, que nunca foi jogador de futebol. No entanto, figura sempre como titular ou primeira opção.

Torcedor sim pode – porque só pode fazer isso mesmo – reclamar, esbravejar, xingar e gesticular contra um jogador que não rende. Agora, o que motivou minhas risadas foi ver que a única pessoa capaz de reverter essa situação que há anos nos incomoda, em vez de agir, fica, como um torcedor comum, assistindo ao jogo, passivamente, vendo o bonde passar.

Minha coluna não tem como objetivo criticar. É somente um relato do que presenciei domingo passado. Assim como quero apoiar nossa atual diretoria, acredito que nosso ex-presidente MCP pode “queimar muita lenha” ainda em favor do nosso Atlético.

Pedir apoio da torcida é redundância. O time é esse mesmo. Então, novamente será função do torcedor fazer desse um time campeão. Nem que seja do Estadual.



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