24 jun 2009 - 9h41

Lucas: “Eu sou um privilegiado”

A inauguração da Arena da Baixada coincidiu com o surgimento de um dos maiores ídolos recentes do Clube Atlético Paranaense: Lucas Severino, ou apenas Lucas para os torcedores do Furacão que tiveram a oportunidade de acompanhar de perto o futebol rápido e dinâmico daquele menino franzino, de apenas 20 anos, que em pouco tempo se tornou um homem de 21 milhões de dólares.

Natural de Ribeirão Preto, Lucas chegou ao Atlético, no ano de 1998, acompanhado por Gustavo e Cocito, todos oriundos do Botafogo de Ribeirão Preto, equipe tradicional do interior paulista. Durante os primeiros meses no Furacão, o atacante passou por um período de adaptação, participando esporadicamente de algumas partidas. Já no início de 1999, Lucas ganhou a chance que tanto esperava. Com a negociação dos atacantes Warley e Tuta, titulares da equipe campeã paranaense de 1998, Lucas assumiu a camisa 9 e não saiu mais da equipe rubro-negra. Jogando ao lado de Kelly, Adriano e Kléber, formando o badalado quadrado mágico, o atleta viveu o auge de sua carreira, levando o Furacão para a primeira Libertadores da América de sua história, no ano de 2000, e ao título paranaense daquela mesma temporada.

Mesmo antes destas importantes conquistas, Lucas já havia registrado o nome na história do rubro-negro e, principalmente, da Arena da Baixada. Na noite do dia 24 de junho de 1999, dois anos após ser demolido para uma reconstrução completa, o Estádio Joaquim Américo recebeu mais de 30 mil pessoas para a partida amistosa do Furacão contra os paraguaios do Cerro Porteño, na inauguração do estádio mais moderno da América Latina. De acordo com Lucas, o estado de espírito dos jogadores alternava entre a descontração e a ansiedade para ver como tinha ficado a nova Baixada e reencontrar a fanática torcida rubro-negra. “Aquela noite foi maravilhosa, eu nunca tinha visto um estádio como aquele. Tinha só 20 anos e fiquei impressionado com a estrutura do estádio e com a força da torcida. Nunca tinha presenciado nada parecido, foi um momento mágico, de arrepiar”, conta o atacante em entrevista exclusiva à Furacao.com.

Como se não bastasse a felicidade por participar daquela grande festa, o destino guardou uma bela surpresa para o jovem destaque do time atleticano. Aos 14 minutos do primeiro tempo, o lateral-direita Luisinho Netto cruzou a bola e encontrou Lucas, que, de cabeça, marcou o primeiro gol da nova Baixada e da vitória do rubro-negro por 2×1 sobre os paraguaios.

“Nunca vou esquecer esse gol. O Luisinho Netto fez um excelente cruzamento e eu consegui me antecipar ao zagueiro e cabeceei firme no canto direito do goleiro. Lembro que todos os jogadores vieram me abraçar perto da torcida Os Fanáticos. Fiquei tão emocionado que nem consegui comemorar direito o gol. Acho que sou predestinado, qualquer jogador gostaria de fazer parte da história de um clube como o Atlético. E eu sou um privilegiado”, comemora.

Arena + Lucas = Festa

Depois da bela atuação na histórica partida de inauguração da nova Arena da Baixada, Lucas caiu de vez nas graças da torcida atleticana. Durante pouco mais de um ano jogando pelo Atlético dentro do Caldeirão, o jogador disputou 27 jogos, marcou 16 gols, participou de 19 vitórias e de apenas três derrotas. “Jogar na Arena era maravilhoso. Aquele time traz boas lembranças para todos atleticanos, era um time muito ofensivo. Lógico que nem sempre fazíamos grandes jogos, mas sempre jogávamos pra frente. Esta maneira de jogar contagiava a torcida e, consequentemente, a energia das arquibancadas chegava ao gramado e o time se empolgava ainda mais”. Para o atleta, o grande diferencial do estádio atleticano sempre esteve nas arquibancadas: “Não tenho dúvida nenhuma que a força da Baixada está na torcida, uma das mais vibrantes que ja vi”.

Dentre todas as grandes partidas realizadas na Arena, além do jogo contra o Cerro Porteño, Lucas confessa que três são inesquecíveis e estão guardadas com muito carinho em sua memória. “A primeira delas foi contra o Flamengo, em 1999, quando todos os flamenguistas falaram que não me conheciam e eu consegui fazer um ótimo jogo e marquei um dos gols da vitória. Na sequência veio o jogo contra o Cruzeiro, válido pela Seletiva de 1999, onde nós vencemos por 3×0 e eu fiz todos os gols da partida. Para finalizar, não poderia faltar o jogo contra o Coritiba no paranaense de 2000. A partida estava caminhando para um empate quando eu recebi uma bola dentro da área, aos 46 minutos do segundo tempo, e consegui marcar o gol da vitória, foi fantástico”.

O futebol alegre e refinado, que os torcedores atleticanos não cansavam de elogiar, abreviou a passagem de Lucas pelo Estado do Paraná. Logo após o título estadual de 2000, o atacante, que já havia defendido a seleção brasileira, foi vendido para o Rennes, da França, em uma negociação que atingiu o valor de 21 milhões de dólares, a segunda maior da história do futebol brasileiro até aquele momento.

Futuro

Mesmo vivendo uma grande fase no futebol japonês, defendendo o Gamba Osaka, Lucas confessa que sonha em vestir novamente a camisa do Furacão. “Tenho muita vontade de jogar novamente pelo Atlético. Nunca tivemos nenhum contato para uma possível volta, mas a minha vontade é grande. Quem sabe num futuro próximo isso possa acontecer. Espero que a vontade do clube e da torcida seja igual a minha”, finaliza.



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