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6 set 2009 - 11h26

Carta ao Mano

O jornalista cascavelense Mano Preisner publicou no Impacto Paraná a seguinte nota:

Curitibanos decentes começam a erguer as vozes quanto ao gasto absurdo que o governos Federal, Estadual e da prefeitura terão, para cumprir as exigências da Fifa. Vamos trancrever a opinião do respeitado Airton Cordeiro, publicada neste domingo: “Com o dinheiro alheio vale fazer qualquer coisa. Até gastar um dinheirão para projetar as alterações na Arena da Baixada, para satifazer a vaidade doentia de hospedar alguns joguinhos da Copa”. Mais não falou, nem precisava. Só complemento com um alerta:o BNDES vai dar milhões, o Atlético vai reformar a Arena, vai dar calote e ai estourar no bolso do povo.

Enviei ao Mano a mensagem anexa.

Curitiba, 01 de setembro de 2009.

Jornalista Mano

Ao saudar-te presto sinceras homenagens, pois confesso que aguardo ansioso os teus “quadros” nas páginas centrais do Impacto, por seres quase lendário nesse Oeste do Paraná, em razão de extraordinária capacidade profissional, de anos de militância política e de permanente exercício do melhor jornalismo informativo e investigativo.

(Há quem diga – maldosamente é claro – que fizeste a cobertura completa do 14/12/51 e escreveste o discurso de posse do Zé Neves, mas isso é outra história).

Escrevo como Atleticano que pisou a primeira vez na Baixada aos nove anos de idade, logo há sessenta anos. Falemos da nota “Copa no Brasil” na qual tu registraste coisas escritas pelo Airton Cordeiro, coisas que, ao fim e ao cabo não dizem coisa com coisa, mas apenas lançam suposições.

Conheço o Airton desde quando começou a trabalhar em rádio (é era conhecido pelo apelido de Galo), sempre fanático torcedor do Ferroviário, hoje Paraná Clube.

Li e reli o que aquele cronista teria escrito e não consegui achar notícia, ou dado factual, nem novidade relevante ou comentário oportuno. Nada, só algumas coisas que beiram a intriga, coisas lançadas ao vento para serem interpretadas com ou sem malícia.

Bem, e aí, Mano Preisner, chegamos ao parágrafo final da tua nota, influenciado pelo Airton Cordeiro: “o BNDES vai dar milhões, o Atlético vai reformar a Arena, vai dar calote e ai estourar o bolso do povo”.

Espero que concorde comigo que estamos diante de puro pré-conceito induzido, mas a verdade é que

1º O BNDES não “dᔠdinheiro, pois empresta após análise de crédito muito rigorosa, com exigência de projeto exeqüível e de garantias suficientes para reaver o capital liberado

2º Os projetos da construção do novo Estádio Joaquim Américo foram elaborados há mais de 12 anos. O Atlético não “vai reformar” a Arena, mas concluí-la, mesmo porque já foram concretizados 90% do Estádio-Mais-Moderno-do-Brasil

3º. O Atlético foi o primeiro clube de futebol brasileiro a publicar o seu balanço, isto no ano de 2.000. O CAP jamais contraiu dívida sem intenção de pagá-la, portanto não “vai dar calote”. O Atlético não deve para ninguém. Todos os seus compromissos financeiros estão equacionados e o balanço de 2008 pode ser acessado em www.atleticoparanaense.com.br, negócios/balanços

4º. Ao longo dos seus 85 anos o Atlético existiu e cresceu graças aos seus dirigentes, conselheiros, torcedores e jogadores. Essas as origens dos recursos que pagaram a folha, mantiveram o Clube administrativamente e custearam os investimentos em grandes obras. Nunca precisamos de dinheiro público a qualquer título, logo, nada do que o CAP investir haverá de “estourar no bolso do povo”.

Pois é Mano, renovo o apreço que dedico à tuas páginas marcadas por agradável irreverência e pela sutil ironia que chancela a tua pena.

Receba as homenagens do

Amadeu Luiz De Mio Geara



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