23 dez 2009 - 12h27

Há oito anos, Furacão conquistava o Brasil

23 de dezembro é um dia especial para todos os atleticanos. Nesta data, em 2001, no estádio Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul, o Atlético venceu o São Caetano por 1 a 0 e conquistava o título do Campeonato Brasileiro daquele ano.

Uma conquista histórica, que deve e merece ser relembrada sempre por todos os atleticanos. Relembre detalhes do título e da campanha campeã do Atlético no Brasileirão 2001:

2001 – O primeiro título brasileiro

A diretoria atleticana havia planejado para os próximos anos montar um time competitivo que despontasse no cenário nacional. Só não imaginava que isso fosse acontecer tão cedo. O título brasileiro de 2001 foi surpresa, e justamente por isso teve um gostinho especial. Com o Campeonato Paranaense já conquistado no primeiro semestre, a torcida atleticana acabou ganhando um presentão do Papai- Noel. A largada atleticana foi em casa, contra o Grêmio (campeão da Copa do Brasil daquele ano), quebrando a invencibilidade de 20 jogos do time gaúcho, logo na estréia do técnico Mário Sérgio. Mostrando aos críticos que veio para ficar, o Atlético desmontou defesas paulistas, mineiras, cariocas e gaúchas, vencendo os times que, na teoria, seriam candidatos ao título.

Nas rodadas seguintes, o Furacão ganhou do Cruzeiro, em Minas Gerais, empatou com o São Caetano, em São Paulo, e na Baixada ganhou do Flamengo e Atlético Mineiro, assumindo a liderança da competição. O sucesso atleticano não conquistou a mídia nacional. O time chegou a ser considerado como “zebra” no Jornal da Globo, o que acabou mexendo com os brios de todos os jogadores do elenco. A equipe era boa, mas com as constantes contusões e suspensões, o técnico Mário Sérgio não conseguia colocar em campo a equipe ideal, o que acabou prejudicando muito o Atlético e os resultados negativos começaram a surgir. O pior resultado foi a goleada sofrida para o Vasco, por 4 a 0, em São Januário. Boatos na imprensa davam conta que os atletas estavam abusando na noite e a comissão técnica não gostou nem um pouco disso.

Com atritos internos, Mário Sérgio pediu demissão na oitava rodada, mas com pedidos dos jogadores ele acabou voltando na rodada seguinte. Contra o Palmeiras, na nona rodada, o time completou quatro jogos sem vencer e os jogadores atleticanos estavam sendo cada vez mais criticados pelas constantes expulsões. Quando, na rodada seguinte, perdeu para o Fluminense, o técnico Mário Sérgio não suportou a constante pressão e deixou o time. O Fluminense estava quebrando um tabu de 54 anos sem vencer o Atlético, essa foi a única derrota em plena Arena da Baixada, neste campeonato.

Com a chegada de Geninho, o resultado positivo voltou a aparecer. Em sua estréia, o técnico presenciou uma vitória diante da Portuguesa. Oscilando entre a primeira e segunda colocação, o time conquistou a vaga para a próxima fase com seis jogos de antecedência e alcançava a marca de 12 jogos sem perder. Classificado em segundo lugar, o rubro-negro garantiu as vantagens para as fases seguintes e assim, recebeu o São Paulo para as quartas-de-final. A história do atacante Alex Mineiro estava começando a ser escrita. Em uma noite chuvosa o jogador deixou sua marca, garantindo a vaga para a semifinal.

Surpreendendo jornalistas do Brasil inteiro, a torcida atleticana mostrou todo o seu amor pelo time quando passou noites na fila, que dava voltas no estádio, para garantir lugares e assistir aos próximos espetáculos. O time não decepcionou. Apesar de realizar uma partida difícil, contra o Fluminense mais uma vitória em casa. Depois de começar perdendo, Alex Mineiro marcou três gols e carimbou o passaporte atleticano para a grande final. Para muitos, esse foi o jogo mais emocionante de toda a história do clube.

O primeiro jogo, na Arena, foi de arrepiar. Os dois melhores times do campeonato fizeram justiça às suas campanhas e se enfrentaram em uma tarde de muita festa. Já no início da partida Ilan abriu o placar, mas nos minutos seguintes o São Caetano passou a dominar a partida e Mancini empatou a partida. Na volta do intervalo, Marcos Paulo virou o jogo e a torcida atleticana calou a Arena. Para a alegria de todos os presentes no estádio, a estrela de Alex Mineiro continuava brilhando e não demorou muito para que ele empatasse a partida. Alex ainda marcou o terceiro após receber um passe de calcanhar de Souza. O Caldeirão ainda fervia quando o artilheiro marcou seu terceiro gol, o quarto da equipe. Com esse resultado, o Atlético foi a São Caetano do Sul podendo perder por um gol de diferença para ser campeão.

A batalha final e a festa
Antes da viagem para São Paulo, a torcida rubro-negra foi ao Aeroporto Afonso Pena dar o adeus aos jogadores e desejar boa sorte a todos. O feito surpreendeu os atletas, que ficaram bastante contente e motivados com o carinho do torcedor. Alguns poucos sortudos conseguiram ingressos para ver a partida no Anacleto Campanela, indo em excursões de avião, ônibus ou até mesmo de carro.

Sem precisar vencer a partida fora de casa, o Atlético viajou ao interior de São Paulo para fazer o mais importante jogo de sua história. Com a cidade pintada de vermelho e preto, os torcedores mal dormiram de tanta ansiedade e, em frente à Arena da Baixada, a diretoria mandou instalar um telão para que as comemorações ficassem ‘em casa’. Com um Azulão nervoso em campo, o Atlético estava administrando o resultado, mesmo sem levar perigo ao gol adversário. No segundo tempo o São Caetano já estava entregue. Tentava de todas as formas penetrar a defesa rubro-negra mas, parava na muralha chamada Flávio. Mais tranqüilo em campo e, após uma jogada de Kleber e Fabiano, Alex Mineiro chegou ao primeiro gol do jogo, quinto atleticano da final. Estava decretada a vitória e a taça, em mãos atleticanas, era erguida no interior de São Paulo.

Nunca o Natal atleticano foi tão feliz. Em 23 de dezembro, a data do segundo jogo da grande final, as ruas de Curitiba – num frio incomum para a época – foram tomadas desde o aeroporto até a Arena, esperando os campeões. As comemorações atravessaram a madrugada, nem mesmo o atraso no vôo da delegação rubro-negra de São Paulo à capital Paranaense impediu a festa. A justiça foi feita quando os times de melhor campanha decidiram o campeonato no qual todos os “queridinhos ” do eixo Rio-São Paulo ficaram pelo caminho. E no final, o Atlético ainda ficou com a melhor campanha de toda a competição.

A Campanha
31 jogos: 19 vitórias / 6 empates / 6 derrotas / 68 GP / 45 GC

1ª Fase:
02/08 – Atlético 2 x 0 Grêmio
05/08 – Cruzeiro 1 x 2 Atléticp
08/08 – São Caetano 0 x 0 Atlético
11/08 – Atlético 4 x 0 Flamengo
16/08 – Atlético 1 x 0 Atlético Mineiro
19/08 – São Paulo 2 x 1 Atlético
26/08 – Vasco 4 x 0 Atlético
29/08 – Atlético 1 x 1 Santos
01/09 – Palmeiras 2 x 0 Atlético
09/09 – Atlético 1 x 2 Fluminense
16/09 – Atlético 3 x 1 Portuguesa
19/09 – Internacional 4 x 4 Atlético
23/09 – Atlético 3 x 2 Corinthians
29/09 – Botafogo 1 x 3 Atlético
03/10 – Santa Cruz 1 x 5 Atlético
06/10 – Atlético 1 x 1 Paraná
10/10 – Ponte Preta 1 x 5 Atlético
14/10 – América 2 x 3 Atlético
21/10 – Coritiba 0 x 0 Atlético
28/10 – Botafogo – SP 0 x 2 Atlético
04/11 – Atlético 2 x 1 Goiás
07/11 – Atlético 6 x 3 Bahia
10/11 – Juventude 2 x 0 Atlético
13/11 – Atlético 2 x 1 Sport
18/11 – Gama 4 x 1 Atlético
25/11 – Atlético 2 x 2 Guarani
02/12 – Vitória 2 x 4 Atlético

Quartas-de-Final
05/12 – Atlético 2 x 1 São Paulo

Semifinal
09/12 – Atlético 3 x 2 Fluminense

Final
16/12 – Atlético 4 x 2 São Caetano
23/12 – São Caetano 0 x 1 Atlético

Artilheiros:
Kleber e Alex Mineiro – 17 gols
Souza – 6 gols
Adauto – 5 gols
Ilan – 4 gols
Kleberson, Adriano e Rodrigo – 3 gols
Rogério Corrêa, Nem e Daniel – 2 gols
Alessandro, Gustavo e Fabiano – 1 gol

Personagens

Alex Mineiro: O artilheiro, que durante o campeonato vivia a sombra de Kleber, apareceu nas finais e tornou-se herói do título ao marcar 8 gols nos quatro jogos decisivos. Os gols lhe deram a conquista da Bola de Ouro da revista Placar.

Kléber: Na vitória sobre o Sport, o atacante Kleber marcou dois gols e tornou-se o maior artilheiro da história do Atlético em campeonatos brasileiros. Fez belos gols durante todo o Brasileiro. Um dos mais bonitos foi contra o Bahia, na goleada de 6 a 3, no qual o matador marcou sem angulo e só faltou fazer chover naquele dia.

Kleberson: O jogador fez um ótimo campeonato e começou a despontar em cenário nacional. Liderou por boa parte do campeonato o Troféu Bola de Ouro, mas acabou sendo ultrapassado por Alex Mineiro no final. No ano seguinte seria convocado e tornaria-se Campeão Mundial pela Seleção Brasileira.

Gustavo: Após seis meses sem jogar, depois de ter passado por uma cirurgia no joelho, o zagueiro liderou a zaga rubro-negra e no final do ano foi eleito melhor zagueiro do campeonato.
Souza: Quem disse que substituir Adriano, ídolo atleticano seria fácil? Mas Souza assumiu a responsabilidade e fez bonito. Foi fundamental na conquista, principalmente nas cobranças de falta.

Geninho: O técnico assumiu o time na décima primeira rodada e permaneceu invicto durante 12 partidas. O treinador pegou um time já montado mas que tinha alguns problemas internos. Soube conduzir os jogadores de maneira que nada impedisse o bom andamento no campeonato.

Texto retirado do Hot Site dos 80 anos do Atlético, elaborado pela equipe da Furacao.com



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