22 jan 2010 - 9h56

Atlético tenta se blindar da “Baier-dependência”

Sem Paulo Baier, o Atlético é um time irreconhecível e, pior, facilmente vencível. A constatação dos torcedores nas arquibancadas da Arena ganha reforço da matemática. Desde a chegada do meia no clube, no ano passado, a ausência de Paulo Baier em campo é sinônimo de ausência de vitórias para o Rubro-Negro. Mas como o atleta só deve retornar aos gramados na segunda fase do Campeonato Paranaense, o grande desafio do técnico Antônio Lopes e do time atleticano é tentar superar essa “Baier-dependência”.

Além da ausência de vitórias, sem Paulo Baier o time atleticano perde em dois pontos fundamentais: qualidade (já que Paulo Baier é, indiscutivelmente, o melhor jogador hoje em atividade no futebol paranaense) e liderança, pois sempre coube ao “capitão” a função de comandar a equipe dentro das quatro linhas.

No item “liderança” as apostas de Lopes são em dois atletas experientes e conhecidos da torcida: a dupla de volantes Valencia e Alan Bahia. Coube a Alan Bahia a função de comandar o time dentro de campo na última quarta-feira, quando ele fazia a sua reestreia no Rubro-Negro. A partir de sábado, a expectativa é de que Valencia, outro atleta com um grande carinho dos torcedores, divida com Alan essa responsabilidade, pois ele deve voltar ao time contra o Serrano.

No quesito qualidade, entretanto, a dificuldade é bem maior. Para os torcedores e a própria imprensa esportiva fica evidente que hoje não há, em nenhuma equipe do futebol paranaense, um atleta com o mesmo nível de qualidade de Paulo Baier. E as opções que Lopes dispõe até agora não renderam muito efeito. Contra o Operário, enquanto esteve em campo, o meia Netinho teve uma apresentação razoável, inclusive sendo o autor do gol do Furacão. No segundo tempo cansou e deu lugar a Kaio, que fez uma partida muito ruim. Outra opção de Lopes é o meia Tartá, que ainda não estreou e deve levar algumas semanas para entrar no time, pois precisa entrar em forma.

A tendência, pelo menos neste início, é que Netinho seja mantido no time na meia-cancha. “O Netinho foi o armador da equipe da forma que queríamos. O Paulo (Baier) é um jogador experiente e claro que faz falta. Deixamos a cargo do Alan Bahia também ajudar o Netinho na armação e na liderança em campo”, disse Lopes após a derrota para o Operário. O treinador ainda destacou que a ausência de Baier não pode influenciar no comportamento da equipe em campo. “Todos nós sabemos e os jogadores também sabem que ele é uma peça importante pela presença e qualidade dele. Mas não acho que isso teve uma influência psicológica”, afirmou.

Tratamento

Em entrevista à gazeta do Povo, o diretor médico do Atlético, Edilson Thiele, revelou que Baier está fazendo um tratamento intensivo em três períodos, mas que o período de cicatrização é de quatro a seis semanas – período que o departamento Médico atleticano não acredita que irá ser reduzido, apesar dos esforços do atleta.

“Paulo já melhorou muito em relação ao dia do exame (segunda-feira), mas está muito longe de voltar a jogar. A lesão dele tem um prazo de quatro a seis semanas de cicatrização e seguirá trabalhando pela manhã, à tarde e na parte da noite. Ele e os demais só serão liberados no momento certo, sob o critério clínico”, salientou Thiele.

Com isso, é muito provável que Baier só retorne ao time na segunda fase do Estadual. Vale lembrar que a primeira fase do Campeonato Paranaense dá vantagens aos dois times melhor classificados, com a bonificação de dois e um ponto extras, respectivamente ao primeiro se segundo colocado, além da vantagem do Supermando à equipe com melhor campanha.

A “Baier-dependência” em números

No Brasileiro do ano passado, Paulo Baier esteve ausente em quatro partidas – quando o Atlético perdeu três e empatou uma (justamente a última, contra o Barueri), num péssimo aproveitamento de 8%. Com ele no time, a situação mudou e o aproveitamento da equipe era de 54% (13 vitórias, sete empates e nove derrotas).

A sina se manteve neste início de temporada. Enquanto ele atuava no jogo contra o Toledo, o Atlético vencia por 1 a 0. Bastou Paulo Baier sair que o time sofreu pressão e permitiu o empate do time do Oeste. Na última quarta-feira, na Baixada, um resultado ainda pior: derrota para o Operário, por 2 a 1.



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