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5 fev 2013 - 18h09

Era Farinhaque e a primeira revolução esquecida

Após não se classificar para a segunda fase do nacional em 89 e entrar no torneio da morte, Valmor vê Carbone abandonar o barco indo para o Internacional e o Atlético cair para a segunda divisão. Chegava ao vim a era do abnegado Valmor Zimermann no Atlético. Com muita tristeza, pois esforços e a dedicação jamais foram ausentes para com o Atlético e nas tentativas de levar a torcida ao Pinheirão.

As eleições se aproximavam e nenhum nome surge além de José Carlos Farinhaque. Eleito como candidato único, permanece no Atlético por três anos, que mais pareceram trinta por tantos acontecimentos em sua gestão.

Chega o estadual de 90, e com uma política arrojada traz jogadores já consagrados para o Atlético, Heriberto, Ramom, Kita. Não faz uma grande campanha na primeira parte e muda os rumos com novas contratações, chegam Gilberto Costa, André, Rizza e o técnico Zé Duarte para serem supercampeões em 90. No segundo semestre o time perde Gilberto Costa e Cacau, mas é reforçado com Luis Carlos Martins, Eduardo e as promessas do Matsubara Jorge Luis, Ratinho e Tico. O Atlético subiu junto com o Sport, só não foi campeão por causa de uma falha de Toinho no jogo de ida no Pinheirão.

Pareciam novos tempos, achávamos que já estávamos grandes com a formação de um time maravilhoso para o nacional de 91. Rafael, Jorge Luis, Batista, Leonardo, Odemilson, Valdir, Luis Carlos Martins, André, Carlinhos, Tico e Éder Aleixo. Este time no início da campanha chegou a fazer jogos maravilhosos. Primeiro jogo 3×0 no Flamengo, segundo jogo 4×2 no Grêmio, terceiro fora de casa 2×0 no Fluminense. Não foram somente as três vitorias mais um futebol encantador. Depois desta sequência problemas surgiram, e a falta de estrutura ficou evidente. Éder reclamando de salários atrasados e recebendo 50% sendo que o restante do elenco nem tinha os 50%, sem reservas a altura, Éder força o terceiro cartão para não ir jogar em Minas, João de Oliveira tão importante em 82 era aval do clube e leva Carlinhos para o Paraná em troca de uma conta. Éder é suspenso e não joga pelas cinco ultimas partidas. No final acabamos o campeonato em décimo sétimo, não caímos porque não deu tempo e só caiam dois clubes naquele ano. Chega 92, Farinhaque traz Vivinho e Eder Lopes, são recebidos como pop star, mas sequer passamos pelo Londrina não chegando a final do paranaense. No nacional com um time todo remendado, uma bagunça ( Roberson, Biluca,Cacula, Berg, Tico, Ratinho,Pirata, Andrade “veterano” e pratas da casa Leomar e Paulo Rink). Nas quatro primeiras rodadas éramos penúltimos com apenas um ponto, a queda era eminente. No jogo contra a Portuguesa no Pinheirão em que perdíamos por 2×0 iniciou-se um processo histórico ; (comandados por uns meninos que em 77 tinham em média 16 anos e criaram a mais fantástica torcida do Brasil, os Fanáticos após o fim da ETA). A torcida formada por estes jovens sai de seu lugar cativo, vai para frente das cabines de transmissão e próximo aos camarotes exige : TIME, HONRA a acima de tudo a volta para a BAIXADA. BAIXADA. O Pinheirão estava em plena construção e tinha o Atlético como parceiro com contrato e tudo, (esta briga acho que esta na justiça até os dias de hoje), com Onaireves Moura vendendo aço, ferro e outras coisas mais de sua empresa para a construção do estádio. Pelo fato de ter sido um grande presidente para o Atlético, poucos acreditavam nas reivindicações dos torcedores, mas tinha outro fator importante, em 92 se tinha a lei do passe e Farinhaque tinha muitos jogadores de sua propriedade ligados ao Atlético, Renaldo, Rudnei, Negrini, Ricardinho Blumenau, Luisinho entre outros, e por motivos políticos, pessoais e de paixão, também peitou a FPF. Na outra semana já se iniciavam as obras do retorno. Nesta parte gostaria de frisar alguns pontos, como a queda do Collor no mesmo ano, os atleticanos só não estavam com as caras pintadas, mas estavam com o rosto vermelho e preto de paixão e raiva. Renato Sozzi e Belotto com sua caixa de bateria,jovens oriundos da criação de 77 comandavam os gritos e as reivindicações da torcida, Renato chegou a peitar o presidente sem agressão física, mais sim com as palavras. Para mim, esta foi a primeira revolução, uma revolução idealista sem segundas intenções; se não tivesse ocorrido este movimento de fuga do Pinheirão e a desapropriação do Pavoc ,será que o movimento de 95 não teria sido diferente, ou quem sabe nem ocorrido. Mas vamos em frente, no campo Carlinhos retornou, Jatobá foi contratado, e surgem da cartola de Farinhaque, Renaldo e Negrine. Terminamos o nacional em décimo quinto e esperando por dias melhores na futura Baixada. No estadual estava difícil de concorrer com o Paraná, pela bagunça da dupla ATLEtiba e pelo fator novidade do Paraná,as vilas tinham destaque a nível estadual, mas foi uma celebridade instantânea e nunca tirou o pijama de jóquei. No nacional, uma virada de mesa coloca a nossa posição em risco. Quatro grupos foram formados e apenas nos grupos C e D ocorreriam o rebaixamento, nestes grupos estavam os três times da capital. Obras em andamento, doações vindas de todos os lados articulado pelo ex-governador Nei Braga, grande reforço fora dos campos. Antonio Erminio fez uma doação absurda de cimento e atleticanos sempre colaborando, cada um com o que podia. No campo, um time novo comandado por um gaucho de apelido Vacaria, que fracasso, para quem acha que o pior gaucho que passou pelo clube foi Casemiro Mior é porque não viu o Vacaria, a desorganização era tanta que seu sucessor Paulo Emilio ao comandar o primeiro treino mandou todos jogarem sem ter um time base entre titulares e reservas para ver o que sobrava e fazer uma avaliação,Reginaldo Cachorrão que havia chegado do Paranavaí foi descoberto nesta peneirada só para se ter uma ideia, não ficou absolutamente nada do trabalho deste gaucho. Logo após assumir Paulo Emilio vence a primeira no interior de São Paulo e outras duas na sequência, sendo que uma foi para entrar na historia. O então todo poderoso das Araucárias toma de quatro em plena Vila Capanema numa quarta à tarde, mas o estrago de Vacaria e o regulamento vergonhoso não nos davam muitas chances. Paulo Emilio teve três vitorias três empates e uma derrota e mesmo assim não conseguiu salvar o Furacão. A dor não foi tão grande, pois estávamos com saudades de casa e caímos por causa de uma canetada da CBF, os quatro últimos de cada grupo caiam e junto com os coxinhas caímos em um ATLEtiba de 0X0.

Maio de 1994 chega e retornamos para casa,que festa inesquecível, Farinhaque já não era mais presidente, mas Hussein Zraik presta todas as homenagens a ele na inauguração, sabem onde estava Farinhaque? No meio da torcida os Fanáticos com Renato Sozzi sem qualquer tipo de constrangimento ou diferença. Veio o brasileiro de 94 e não subimos pelo fato de a Parmalat investir muito no futebol naquela época e fazer do Juventude a segunda menina dos olhos de Brunoro. Depois disso todos sabem o que ocorreu em 1995.

A revolução e o salto de qualidade não tiveram inicio em 95 e sim em 92 através do movimento dos torcedores, da imprensa e acima de tudo de lideres jovens como Renato e Belotto, atleticanos de coração. Não estou pedindo que se faça uma revolução, mas sim que tenham consciência de tudo o que esta ocorrendo com relação ao time, nas comunicações externas do clube e na falta de respeito com seu torcedor. Que em breve surjam novos Renatos e Belottos.



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