E se a Copa fosse no Pinheirão?
Ao voltar para casa, após o jogo do Furacão (CAP 2 x 0 Goias), comecei a pensar como seria a Copa no Pinheirão, primeira ideia de nossa aldeia, encampada logo no inicio do anúncio da Copa no Brasil (2007)e que foi descartada para nossa sorte e para o bolso dos contribuintes. Pensei por que estou vendo que fazem tempestades em copo d’água, por R$ 265 milhões (em valores corrigidos e atualizados) em um acordo tripartite que envolve PMC+GVPR+CAP.
Caso fosse o Pinheirão a conta seria paga apenas uma das partes envolvidas, provavelmente o Governo do Estado, deixando de ser tripartite e encarecendo muito mais a obra, conforme segue outros exemplos (agosto/2013) dos estádios da Copa:
Estádio
Arena Amazônia
2009 – R$ 500 milhões
2010 – R$ 515 milhões
2013 – R$ 605 milhões
Arena das Dunas
2009 – R$ 300 milhões
2010 – R$ 350 milhões
2013 – R$ 350 milhões
Arena Pantanal
2009 – R$ 400 milhões
2010 – R$ 454 milhões
2013 – R$ 519 milhões
Arena Pernambuco
2009 – R$ 500 milhões
2010 – R$ 529 milhões
2013 – R$ 529 milhões
Beira Rio
2009 – R$ 120 milhões
2010 – R$ 130 milhões
2013 – R$ 330 milhões
Castelão
2009 – R$ 300 milhões
2010 – R$ 623 milhões
2013 – R$ 623 milhões
Fonte Nova
2009 – R$ 400 milhões
2010 – R$ 592 milhões
2013 – R$ 592 milhões
Mané Garrincha
2009 – R$ 520 milhões
2010 – R$ 745 milhões
2013 – R$ 1,43 bilhões
Maracanã
2009 – R$ 430 milhões
2010 – R$ 600 milhões
2013 – R$ 1,19 bilhões
Mineirão
2009 – indefinido
2010 – R$ 426 milhões
2013 – R$ 695 milhões
Morumbi/Arena Corinthians
2009 – R$ 300 milhões
2010 – R$ 240 milhões
2013 – R$ 855 milhões
Aqui ressaltamos, que o Pinheirão precisaria primeiramente ser demolido no seu todo, pois as estruturas corroídas pelo tempo, estariam precárias e não poderiam ser utilizadas. Não seria uma reforma, mas sim um novo Estádio. No mínimo, o custo do dinheiro público a ser colocado no famigerado Pinheirão seria de aproximadamente R$ 600 milhões no MÍNIMO ( custo de 2009). Chegando próximo dos R$ 900 milhões para o ano de 2013. Dinheiro esse que seria bancado em sua totalidade pelo Governo do Estado do Paraná, através de PPP (Parceria Público-Privado);
Mas não podemos esquecer que não seria apenas isso, pois existia um imbróglio com a FPF (dívidas municipais e com o CAP), que precisariam ser assumidas pelo GVPR para a desapropriação do estádio. Entre elas podemos destacar:
Instituição – Dívida (R$)
Governo federal: R$ 27,3 milhões
CAP: R$ 18 milhões
PMC (Prefeitura de Curitiba): R$7,8 milhões
Outros: R$ 3,50 milhões
Trabalhistas: R$ 1,0 milhões
TOTAL: R$ 57,8 milhões
Total de dívidas que provavelmente seriam empurradas ao Governo do Estado do Paraná, através de acordo com a FPF e PMC para garantir a Copa em Curitiba, ou seja, apenas mais R$ 57 milhões
Reclamam das desapropriações do CAP, mas tenho certeza no caso do Pinheirão, seria muito maior e mais onerosa aos cofres públicos. Vale lembrar que o Pinheirão foi arrematado em 2012 em segundo leilão por 57,5 milhões, sendo o valor de mercado de aproximadamente R$ 69 milhões.
Os defensores poderiam alegar, que teria a participação de alguma grande construtora ou grupo gestor da obra, que iria administrar a ARENA PINHEIRÃO, por 20,30 ou 50 anos e novamente lembramos, que mesmo nesse acordo bipartite (PPP Parceria público privada), o custo da obra seria no mínimo muito maior, do que o orçado em R$ 2009 (R$ 600 milhões), tendo ainda, que o Governo ceder por migalhas (aluguel) a gestão da estrutura, por falta de know-how em eventos esportivos de grande porte, ficando refém da própria parceria.
Destacamos ainda, os aditivos, as greves e paralisações e um projeto que em nada iria se diferenciar dos demais geridos pelas construtoras. Além do encarecimento pelos atrasos e outras burocracias que tanto conhecemos.
Assim sendo, pergunto: Qual seria o preço desta brincadeira? Provavelmente mais de R$ 1 bilhão de dinheiro público colocado em um elefante branco chamado PINHEIRÃO.
Se fizermos um comparativo, hoje, conforme os números, o custo/benefício das obras na Arena da Baixada e sua gestão (CAP S/A), podemos constatar que os títulos colocados pelo Governos, sairam por aproximadamente um pouco mais de 10% do valor total do Pinheirão, ou seja, tranquilamente um gol a favor de nossa cidade-sede. Lembrando novamente ainda, que a conta foi dividida em 3 partes (acordo tripartite) e que o papel para tocar a obra utilizado foi o potencial construtivo (reajustado conforme inflação e o CUB), ou seja, não saiu dinheiro da educação, saúde ou segurança como muitos tentam vincular. Se fosse o Pinheirão e sem o Petraglia, daí sim teríamos a certeza que a conta seria altíssima e paga por dinheiro que poderia ser aplicado em Educação, saúde e segurança, aumentando ainda mais o déficit estadual e municipal.
Ainda para lembrar, com teto retrátil, sendo o projeto mais barato das sedes brasileiras, o mais fiscalizado (MP, Tribunal de Contas, VERDES, Mídia, auditorias FIFA…) e com certeza, o melhor de todos os projetos das cidades-sedes.
E pensar que queriam o Pinheirão!