20 set 2013 - 20h20

Juca Kfouri: "O Furacão não está no G4 à toa"

A vitória de virada sobre o Flamengo, ontem, no Maracanã, foi abordada pelo jornalista Juca Kfouri em sua coluna no portal UOL. No texto do colunista da Folha de S. Paulo, ele falou sobre a desatenção da equipe nos primeiros 20 minutos, que saiu perdendo por 2 a 0, mas soube reverter o placar e sair com uma goleada do novo estádio.

"Mas estava só 2 a 1 e aí é que morava o perigo, porque, afinal, do Atlético é conhecido seu valor", escreveu o jornalista. Confira abaixo a coluna na íntegra ou clique aqui.

Fla infernal no primeiro tempo. Furacão letal no segundo

Você viu o Honved jogar no Brasil, em meados dos anos 50?

Não?

Nem eu.

Mas pelo que me contaram à época, e li mais tarde, o Flamengo jogou como aqueles húngaros jogavam nesta noite no Maracanã (16.014).

Quando o Atlético Paranaense deu pela coisa, estava perdendo por 2 a 0, antes do oitavo minuto de jogo.

O Flamengo imprimiu tamanha velocidade no jogo que o Atlético ficou sem saber onde estava.

Levou bola na trave de Cáceres aos 19, viu Carlos Eduardo e Hernane quase ampliarem, em resumo, além dos gols feitos por Hernane e Luiz Antônio, no primeiro e no sétimo minutos, tomou um baile.

Mano Menezes, sabiamente, deixou André Santos no banco e optou por um time mais livre, leve e solto.

Só que o Furacão não está no G4 à toa e, num contra-ataque, achou seu gol, do estreante Fran Mérida, em jogada de Marcelo, exatamente aos 20 minutos.

Mesmo assim, frouxo na marcação e dando espaço, o Atlético seguiu dominado e correu sérios riscos mais três vezes. Em resumo: quando o jogo chegou ao intervalo, poderia estar 5 a 1 para o Honved, quer dizer, para o Flamengo.

Que se jogasse sempre como fizera até ali, estaria no topo da classificação.

Mas estava só 2 a 1 e aí é que morava o perigo, porque, afinal, do Atlético é conhecido seu valor.

Vagner Mancini voltou com Delatorre no lugar de Bruno Silva.

Quando o segundo tempo chegou aos 8 minutos já estava muito claro que havia dois times em campo.

E, aos 9, em ótimo jogada, Everton deu na medida para Delatorre empatar.

Carlos Eduardo errava muito e a torcida do Mengo, que não poupava apoio ao time, apupava o bisonho armador.

Aos 15, por pouco, o Furacão não virou.

O jogo não era bom.

Era muito bom.

Aberto como antigamente, quando o futebol húngaro era temido.

Mano mexeu no atacado, sacando Carlos Eduardo e Hernane, para as entradas de Adrian e Marcelo Moreno, aos 20.

Paulo Victor trabalhava muito mais que Weverton e o terceiro gol estava mais perto do rubro-negro de Curitiba.

Éderson, que pouco fez desta vez, foi trocado por Roger, aos 28, momento em que também Rafinha saiu para entrada de Nixon.

Aos 32, Gonzalez deu de presente para Roger passar a Marcelo que, enfim, virou.

O baile que o Atlético levava virou festa do visitante, deprimente para o anfitrião.

Mérida saiu e entrou Deivid, para segurar.

Nem precisava.

O Flamengo, grogue, viu Roger fazer 4 a 2, no meio da defesa flamenguista, que a tudo via como se turista fosse no no Maracanã.

A goleada que o Flamengo ensaiou no primeiro tempo virou verdade no segundo, contra ele.

E só não foi de cinco ou seis porque Paulo Victor não deixou, embora, no fim, o Flamengo tenha perdido boas chances.

O Honved não estava acostumado com Furacão.



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