5 set 2014 - 0h05

Uma nova “geração Arena”

Pedro, 2 anos, Clara, 3 anos, e Guilherme, 5 meses, têm em comum a pouca idade e o fato de já desde muito cedo estarem em contato com o Atlético, inspirados pelos seus pais. Hoje, eles e milhares de outros jovens atleticanos ainda tropeçam um pouco nas palavras, identificam muito mais o clube pelo símbolo e cores da camisa, mas já ostentam uma relação muito próxima com o Furacão! Daqui alguns anos, sonham os pais, vão formar uma nova legião de torcedores rubro-negros, uma geração que não precisou encarar Pinheirão, Vila Capanema, Couto Pereira… mas que também não frequentou as arquibancadas da velha Baixada ou da antiga Arena. Uma nova “geração Arena”, provavelmente tão fanática e com uma relação ainda mais próxima com o místico e centenário estádio.

“A Baixada ficou mais bonita que qualquer sonho que alguém possa ter tido. Quem viveu o antigo Joaquim Américo antes e depois do Pinheirão, jamais imaginaria um projeto tão grandioso”, diz o atleticano Marlon Szaikowski, pai do Pedro, de 2 anos. O pequeno estreou na Arena contra o América-RN, mas já tinha ido a dois jogos do Furacão no Ecoestádio. “Ficou encantando, com os olhos brilhando pela festa atleticana”, acrescentou. Entre os encantos, certamente está a identificação logo de cara com a torcida, uma forma cada vez mais fascinante de “viver o Atlético” entre os pequenos. “A relação dele com a Arena será certamente a descoberta de uma grande paixão. Lembrará minha infância, quando meu pai levava eu e minha irmã na Baixada. Eu sempre admirava as bandeiras. O Pedro também gosta das bandeiras e fala ‘pai, olha a torcida. Quero ir lá!’”, revela Marlon, não escondendo o orgulho.

Orgulho também presente no atleticano Marçal Justen Neto, pai da Clara, de 3 anos. A pequena é sócia do clube desde antes de nascer, foi a um tour pelo estádio e ficou encantada! “Ela já sabe o que é a Arena da Baixada e sempre que passa um jogo na TV pede para ir ao estádio”, conta o papai, que também estreou a Clarinha na Arena na última quarta-feira. “O novo estádio vai transformar o Atlético. Esses novos torcedores ficarão acostumados a um alto nível e vai surgir uma geração que estará acostumada a torcer para o Atlético como um clube grande”, completou Marçal.

Clara, 3 anos: “Ela pede para ir ao estádio” [foto: arquivo pessoal]


E mesmo quem está longe de Curitiba e ainda é bebê de colo já começa a aprender logo nos primeiros meses de vida que a união do vermelho e do preto, com tempero atleticano, resulta num amor incomparável. É o caso do Guilherme, de apenas 5 meses, filho do torcedor Haroldo Beltrão Netto. Eles moram em Nova Esperança, no Noroeste do Paraná, distante quase 500 km da capital Curitiba, e representam muito bem as cores do Furacão pela região. “A Arena da Baixada é muito mais que um sonho realizado. Não existem palavras para descrever o tamanho deste legado para o clube. Meu filho irá a Arena sempre que possível, pois moramos longe da capital, mas acima de tudo somos atleticanos e ele estará presente sim em sua segunda casa”, contou Haroldo, lembrando também algumas vantagens dessa nova geração de torcedores. “A tendência é que esta geração tenha uma relação tão ou mais forte que toda a torcida tem com o estádio. O atleticano trata seu campo como um templo e tenho a certeza que o orgulho será ainda maior com quem está nascendo junto com o nosso sonho finalmente realizado”.

Guilherme, 5 meses: atleticano desde o berço [foto: arquivo pessoal]


Futuro

Se depender da vontade dos pais torcedores, a inspiração caseira já é uma aliada para essa nova “leva” de torcedores que vem por aí. Mas algumas ajudinhas-extras podem contribuir ainda mais para que esse atleticanismo perdure e fortaleça. “Imagino que com um estádio moderno e times do mesmo nível, o Atlético atraia o interesse de jovens cujos pais torcem para times de outros estados e ainda não têm vínculos com os times daqui”, projetou Marçal, numa opinião compartilhada pelos outros torcedores.

Segundo pesquisa do Ibope de 2010, o Atlético é o 14º clube brasileiro em preferência entre os jovens a partir dos 10 anos, à frente de equipes como Fluminense e Botafogo. O “fator Arena” promete inflar ainda mais essa preferência, principalmente se aliado a outros aspectos. “Acredito que o estádio por si só não trará nova torcida, mas aliado a um time competitivo e o estádio pulsante com nossa torcida, a Baixada por ser moderna e extremamente confortável e segura, aí sim atrairá novos torcedores. Será sem dúvida um grande diferencial na captação de novos torcedores, porém sem time e sem títulos acredito que isso se torne muito difícil”, ressaltou Haroldo, fazendo coro com o Marlon, que também destacou a importância de campanhas de incentivo para que esses jovens torcedores passem a ir com frequência ao estádio.

“Este é um momento que o clube deve saber aproveitar para conquistar e fidelizar pequenos torcedores. Como os valores estão mais altos na nova Arena, é essencial que o Atlético pense nestas crianças, que podem perfeitamente acompanhar seus pais, desde que estes sejam sócios. O clube não pode esquecer que se a criança não for aos jogos, corre o risco de perdê-las para os clubes do eixo, que tem exposição maciça na TV”, disse Marlon.



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