‘Buen viaje, Muchachos!’
Desembarcamos em Bogotá na terça-feira, dia 6.2. O relógio local marcava 12h30. Cidade quente, de trânsito insuportável, mas com um povo muito simpático e com ambientes muito acolhedores.
A cidade é grande. Tem mais de 9 milhões de habitantes. Entre idas e vindas, os pontos de encontro eram sempre restaurantes e bares. Ansiedade. Expectativa. Concentração total para o jogo. Clube Colombia e Águila. Super geladas, aliás!
Quarta-feira, 16h30: hora de ir para o jogo. Com o usual atraso de alguns amigos, embarcamos em 12 na van rumo ao estádio ‘El Campín’. Local histórico, utilizado também pelo rival do nosso adversário (Santa Fe), o campo estava cercado por apaixonados colombianos em busca da classificação. ‘El mas tradicional’, o Millonarios disputa a maior torcida do país com o Nacional de Medellín — de quem, aliás, guarda enorme rancor por conta de um suposto ‘apito amigo’ nas quartas de final da Copa Libertadores de 1989 que implicou na eliminação do Azulito. Pelo que apuramos, é a maior rivalidade da Colômbia.
Voltando ao jogo, deparamo-nos com um estádio rodeado de azul. Não havia orientação alguma, e se dependêssemos dos nossos próprios esforços para adquirir ingressos e entrar no jogo estaríamos lascados. Começamos a caminhar com bastante receio dos milhares de adeptos dos ‘Millos’, que nos olhavam como se fossemos alienígenas. Uniformizados que estávamos, cruzamos uma passarela e nos aproximamos do estádio. E aí percebemos que não estávamos num ambiente futebolístico como o que estamos acostumados: fomos abraçados pelo povo, que inclusive fez com que cortássemos a fila para comprar os bilhetes. Fotos, ‘cervezas’ e muito respeito.
Entramos no campo. Jogo duro. A despeito do bom início, em determinado momento rezávamos para que o jogo acabasse. Marquei o tempo pelo painel do estádio: às ’08:33′, horário local, seriam 45 jogados do segundo tempo. Mas o tempo não passava. O tempo não fluía. E a torcida dos caras é uma das coisas mais incríveis que já vi na vida: simplesmente não se absteve de gritar por um minuto sequer.
Pênaltis. Weverton. Vitória! Emoção! Alívio! Aguardamos por cerca de 40 minutos dentro do estádio até sermos liberados para caminhar até a van que nos aguardava lá fora.
Por mais duro que tenha sido, é incrível como a energia positiva de nossa torcida nos faz acreditar sempre. E não me refiro somente a nós 12 e aos outros 8 que também estavam por aqui rodeados de torcedores azuis, mas a todos os nossos que estavam em Curitiba fazendo figa, roendo as unhas e mordendo os lábios de ansiedade. Foi incrível! Maravilhoso! Que dia! Que resultado! ‘Que momento!’ Imagino que isso deva ter reverberado também nos Estados Unidos, não é mesmo Presidente Marcus Coelho?
‘Buen viaje, Muchachos!’, foi o comentário feito por um grupo de colombianos que se encontrava debaixo da marquise onde estava parada a van que nos aguardava. Retribuímos a cordialidade e embarcamos.
Este pode ser descrito como o ato final de uma viagem rodeada de fidalguia, cordialidade e muito atleticanismo. A complicada cidade de Bogotá já ganhou contornos bastante românticos em nossos corações.
Depois, é claro que ainda houve espaço pra mais alguns chopes, notadamente pra tentar relaxar minimamente a tensão que só nós sabemos que nos acomete em dias de jogos do Atlético Paranaense. Só quem trabalhou hoje pela manhã sabe do desgaste que isto gera, não é mesmo? As férias, no entanto, me permitiram atenuar a responsabilidade. Hehe
Finalmente, é hora de voltar. ‘Gracias, Colombia!’
Bom final de semana a todos!
PS.: Parabéns pra nós, atleticanos! Nós fazemos nosso clube ser incomparável. Um amor genuíno como nenhum outro. MUITO FODA!
Bogotá, 9 de fevereiro de 2017.