Da economia à sovinice
Não é de hoje que o Atlético em campo é sonolento, frio, irritante. Não por culpa dos jogadores, mas de seus treinadores. Estou convencido que esse time pode render muito mais. Autuori e seu discípulo têm demonstrado total incapacidade de explorar o potencial disponível. Não que estejamos cheios de craques. Nada disso. São atletas médios, alguns um pouco acima, outros abaixo, mas não é possível que saibamos fazer só isso.
Refiro-me aos resultados magérrimos. Quando ocorrem. Contra o Paraná, mesmo com um a mais, atuando em casa, pensando em poupar para o jogo da volta e de já ter perdido lá quatro dias antes, nem assim teve apetite. Pode se classificar por obra do acaso ou de Weverton, durante os 90 minutos ou nos pênaltis, mas decididamente, não convence.
Até parece que existe uma lei determinística da natureza que obriga, se marcar tem que tomar. Faz três (Capiatá), toma três; faz dois (Universidad Católica) toma dois. Pode também alternar 1X0 com 0X1. Não há um rasgo de lucidez, um lampejo de inspiração. Nada. É um time de pebolim, todo engessado, cada um impedido por disciplina tática de sair de seu metro quadrado, de arriscar finalizações de média ou longa distância, de tentar uma jogada individual, de impor velocidade. Quando corre, quem faz é Douglas Coutinho, em perseguição desenfreada a um adversário, inútil. Como já fazia aquele que não deixou saudade, um tal de Marcos Guilherme.
Não veremos em muitos anos, pelo andar da carruagem, alguém como artilheiro de qualquer competição. Centroavante aqui pena. Foi assim com André Lima, já deu para experimentar com Grafite e será com Eduardo da Silva. Não se enganem com esse gol de domingo.
Até onde iremos com essa sovinice de gols – ou seria indigência? – de arremates, de criatividade, de vigor, não se sabe. Mas para tudo chega o momento em que a verdade faz impor a realidade, muito diferente daquela que se pretende vender.
Uma coisa é certa. Enquanto os dois todo-poderosos, um dentro e outro fora de campo, estiverem por aqui, estaremos condenados a ter um time que não ataca por medo de sofrer gol.
Tem gente que tem saudade da mística da velha Baixada; outros ficariam felizes com a mais recente, com as nossas cores, bandeiras.Eu já me contentaria em apenas ver o time jogar como Atlético e não esse arremedo de Furacão.