4 abr 2005 - 2h30

Opinião de Ricardo Campelo

O Básico
por Ricardo Campelo

No ano passado, vi o Atlético, pela primeira vez, perder uma final para o Coritiba. Aconteceu justamente dentro da Baixada, um sofrimento até então nunca experimentado pelo torcedor atleticano.

O fato é que todos sabemos o principal fator que motivou tal fracasso: o invencionismo, nas duas partidas finais, do treinador Mário Sérgio, que, dentre outras peripécias, escalou Vanderson – que não havia atuado até a semi-final – como titular, Alessandro Lopes como ala-direita, deixou Washington na reserva e sacou Jádson na metade do segundo tempo da partida decisiva. As obras de arte do treinador anularam a vantagem do Atlético de jogar em casa e de ter um melhor time (que veio a se tornar vice-campeão brasileiro), o que acabou custando o título ao Furacão.

Um ano depois, o Clube tem a chance de dar o troco e reviver o ano 2000, quando deu a volta olímpica na Baixada sobre os silenciosos coxas-brancas. Para isso, precisaremos que o atual treinador Casemiro Mior passe longe do caminho traçado por Mário Sérgio. Se Casemiro fizer o "básico", o Atlético, com mais time, tem tudo para levar a Taça. O jogo de sábado frente ao Londrina foi bastante esclarecedor. Duas conclusões importantes puderam ser tiradas, e serão fundamentais para as próximas partidas.

A primeira é de que, escalando-se uma equipe com três zagueiros, não se pode ter dois volantes defensivos. A escalação de Cocito emperrou a criação no meio-campo e o futebol, por evidente, não saiu. Com a entrada de Rodrigo Souto, a melhora de rendimento foi cristalina. Eu, particularmente, entendo que, com três zagueiros, não há necessidade de dois volantes. Mas, optando-se por esta alternativa, que seja um volante com caracterísicas mais ofensivas, como Rodrigo.

A segunda conclusão é a de que o garoto Evandro supera, em muito, o desgastado Fabrício. A substituição feita no segundo tempo, no Sábado, não deixa dúvidas. Com toques rápidos e mais objetivos, Evandro foi muito mais útil à equipe, que logo conseguiu o empate e a virada. Apesar de o Fabrício de 2005 ser melhor do que o dos anos anteriores, ainda não é o bastante para atuar no Atlético.

Não há o que inventar. Denis Marques, em fase horrorosa, deve sair do time. É loucura pensar diferente. A lógica é que o ataque seja formado por Maciel e Aloísio, que vêm mostrando futebol de alta qualidade. Etto entrou bem, fazendo o time voltar a ter opção de jogada pela ala. Marín também deve ser mantido, apesar de suas atuações meramente razoáveis (observação: em poucos meses no Clube, o colombiano já fez mais gols de falta do que Fabrício). No meio campo, tenho que a melhor opção seria uma formação com Alan Bahia (melhor volante do Brasil) ao lado de Fernandinho e Evandro. Com duas opções de meias ofensivos, evita-se a previsibilidade e a facilidade de marcação pelo adversário. Mas não será surpresa se formarmos com Rodrigo Souto ao lado de Alan. Com qualquer das opções, temos condições de ficar com o título.

Interpelação

Já virou palhaçada a choradeira do Coritiba quanto às arbitragens. Querem transformar o campeonato em um circo – e o pior é que podem conseguir; não custa lembrar do que aconteceu na reta final do Brasileiro do ano passado.

Na quinta-feira, todos ficaram quietos quando o juiz deixou de expulsar os alviverdes Miranda e Reginaldo Nascimento, mesmo diante da acintosidade dos lances violentos de que participaram (imagino que fariam falta na partida de volta, em que o Coritiba não jogou nada e poderia perder o jogo). Porém, ontem, em razão de um pênalti mal marcado, fomos obrigados a observar mais um piti de Antonio Lopes, que desta vez foi longe demais: afirmou com todas as letras que há esquema de arbitragens para favorecer o Atlético.

Engana-se quem pensa que tal ato foi reflexo de um descontrole por parte do treinador do rival. Pelo contrário, tal medida é planejada e tem como único intuito coibir as arbitragens, controlando-as contra o Atlético. Mais uma atitude mesquinha por parte de quem se sente, como sempre, tecnicamente inferior e procura recorrer a todo tipo de artifício para obter vantagem.

O Atlético tem o dever de interpelar judicialmente o técnico Antônio Lopes para esclarecer o conteúdo de suas acusações, e, sendo o caso, apresentar posterior denúncia criminal visando a punição por estas declarações nitidamente caluniosas.

Está mais do que na hora de o Atlético começar a ir ao Judiciário para combater declarações deste tipo.

Ricardo Campelo é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.

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