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15 abr 2006 - 0h43

Meu amigo Juca

“O Paraná precisava de um presidente igual a este Petraglia”. Com esta frase, atribuída a um suposto amigo, Carlos Ribeiro inicia seu comentário no Fala, atleticano. Em seguida, a mesma frase vira chamada de capa do site.

No interior de Minas Gerais, Juca é um apelido depreciativo, que indica uma pessoa ingênua, quase tola, que acredita em tudo e em todos. Sem afirmar que o amigo do Carlos realmente seja um Juca na forma mineira de ver as coisas, fica uma leve desconfiança de que no mínimo esta sua observação está defasada, e cumpre que se faça alguma justiça ao atual presidente do time do Juca.

O Paraná Clube, sob o comando do atual presidente, tem se tornado uma pedra na vida do nosso Atlético, tanto nas disputas regionais como também no campeonato brasileiro, com boas campanhas no nacional, encarando de cara feia e peito aberto os grandes do nosso futebol; com méritos ou deméritos, acaba de faturar o campeonato regional, onde nós ficamos em 5° lugar. Ressalte-se ainda que tudo é feito dentro de um pífio orçamento, com uma diminuta torcida e rendas medíocres e com a menor cota que a televisão paga aos clubes participantes da 1ª divisão.

Ô Juca! – não seja juca, você tem um presidente à moda antiga, moldado nas dificuldades da vida e das arquibancadas. O teu presidente lembra antigos dirigentes do Atlético, homens totalmente despojados de vaidade e revestidos de uma couraça feita de amor, dedicação e respeito ao clube e à sua torcida. Homens que arriscavam seu patrimônio e sacrificavam suas poucas horas de folga em favor do Atlético, de onde irremediavelmente saíam mais pobres, porém entravam na galeria dos nossos eternos heróis. Homens que consideravam e tratavam a sofrida porém orgulhosa torcida Rubro-negra, como o maior patrimônio do clube. Homens que, enquanto humanos, erravam, porém reconheciam seus erros e sem recorrer a engodos, ou ao singelo expediente de imputar suas responsabilidades a terceiros.

Homens cuja palavra era uma só. A mentira, a meia verdade e o fato distorcido não existia. Homens comuns, transparentes, com ações comuns e transparentes, que jamais se fecharam dentro de uma redoma inexpugnável, coberta com um manto cinza, e rodeada de mistérios. Verdadeiras ou mentirosas, as notícias eram esclarecidas sem necessidade de um status noticioso, ou seja, algumas merecem ser esclarecidas, outras não. Homens como o nosso eterno Jofre Cabral e Silva, que mesmo sabendo do risco que corria, decidiu ir a Londrina, de onde retornou envolto na bandeira enlutada do Atlético.

Ô Juca, corre lá e dá um abraço no teu presidente. Dirigente igual ao teu, hoje é uma espécie em extinção, e precisa ser preservada, senão acaba.



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