É verdade que sou saudosista. Mas por que não relembrar e louvar as coisas boas do passado? Recordo-me do entusiasmo de que éramos tomados quando o Furacão entrava em campo, lá pelos idos de 1954, no velho Joaquim Américo. Nos meus 14 anos, acomodado ao pé dos pinheiros que existiam atrás do gol dos fundos, vibrava com as jogadas do Jackson – bacharel Jackson Nascimento -, do Afinho – atual desembargador do Tribunal de Justiça do PR -, do Guará – meu professor de desenho no Colégio Estadual do Paraná e de tantos outros.

Concordo que os tempos eram outros, mas o amor pelo clube se estampava em seus desempenhos: suavam a camisa, davam seu sangue pelo Atlético. Eram atletas diferenciados, concientes de sua responsabilidade frente à torcida. Dirigentes? Não se ouvia falar deles!

Hoje a coisa se profissionalizou e passou a valer a regra do “quem dá mais”. Jogadores mudam de time como quem muda de camisa. Como exigir de um atleta amor ao clube? Um coxa-branca confesso pode suar a camisa do Furacão? Duvido!
E os dirigentes, então? Mais preocupados com dinheiro do que com a magia do futebol, vão metendo os pés pelas mãos e transformando os clubes em verdadeiros mercados persa e os atletas em quinquilharias que podem ser vendidas, compradas ou barganhadas. Assim, quando acho que conheço o time do Atlético me dou conta de que não conheço mais ninguém…

Agora, nesse campeonato nacional acho que o negócio extrapolou: querem todos – atletas, técnico, diretores – numa conspiração sórdida, levar o nosso Atlético para a segunda divisão do futebol brasileiro. Por que será? Resta a pergunta.

Esperamos a resposta.