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23 abr 2008 - 19h10

Comentário: o drible da vergonha

Acredito muito em nosso time, sei do potencial que temos e não iremos perder o título desse ano. Temos um grupo com bons jogadores e que não estão rendendo como no início do paranaense mas que logo vão aparecer com força novamente.

Apesar de acreditar muito nisso, e ter esperança de um grande brasileiro, e sem exagerar na forma de criticar; acho que temos dois setores com deficiência, nossa ala direita e a meia cancha.

Minha crítica não é diretamente ao Alan Bahia, mas temos que observar que ele está jogando fora de sua posição e resumidamente, não pode fazer esse papel. Nosso segundo volante precisa ser alguém de bom passe e que consiga carregar a bola quando necessário.

Em um time que joga com três zagueiros, não podemos ter um jogador do nível do Alan Bahia para executar essa função. Precisamos de jogadores com Kléberson, Claiton ou Fabiano. Lembrem-se de quando jogamos neste esquema e tinhamos estes jogadores fazendo esta função; sempre tivemos bons times.

Sem falar em nossas alas, que já não tem o mesmo aproveitamento. Claro que quando deslocamos Netinho, que também caiu de rendimento, a esquerda a qualidade no setor aumenta, mas não adianta fazer isso se perdemos qualidade no meio. E então, quem irá levar a bola ao ataque? Quem irá acionar os alas?

Nossa ala direita, merece um parágrafo novo, temos lá, um jogador com muita vontade, mas de qualidade estremamente discutível. Podemos dizer que o time pode ser melhor baseado em boas partidas que vimos boa parte dos jogadores fazer. Mas naquela posição, Nei não desencanta, nada além de se embolar com a bola ou trazer o jogo para o meio. Não estou maluco, façam uma análise de quantos apoios no joga se tornam um bom cruzamento ou uma jogada mais forte.

Eu gostaria de ver um jogador que ganha divididas e arma contra-ataques, que olha para área e põe a bola na cabeça dos atacantes que faz tabelas e que procura abrir o jogo. Em todas as partidas que acompanhei na arena, quando o jogo está na esquerda, a ala direita aberta e Nei está no meio. Estamos atacando e ele esta marcando no meio. Não sei se por orientação de Ney Franco ou não. E quando vemos, temos Rodolfo partindo com a bola e fazendo alguma barbaridade.

Precisamos de um ala direito de qualidade, que faça bons cruzamentos e que não caia quando, se continuasse na jogada, com força, partiria sozinho por aquela posição. Ala direito que sempre vira de costas para os zagueiros e tenta o mesmo drible. Percebam, não sou maluco e não estou pegando no pé. Sei do que estou falando.

Antes, tinhamos Claiton carregando o jogo pela direita e pela esquerda, abrindo as jogadas e ainda dois alas que recebiam e correspondiam, com boas jogadas e cruzamentos precisos. Sem falar que Jancarlos roubava muitas bolas e armava contra-ataques, não dava apenas carrinhos para a linha de fundo, que às vezes são necessários. E Claiton quando recebia a bola, dificilemente tocava de lado, ou a perdia. Me critiquem se estiver falando besteira; mas, hoje, temos Alan que recebe e toca, feijão com arroz, apesar de marcar muito não sabe sair para o jogo com qualidade e um ala direito que não é nada além de esforçado.

Estas são as nossas maiores perdas. Não que Ferreira não tenha sido uma grande perda, mas sentimos muito mais quando perdemos os dois caras da assistência. Os caras do contra-ataque. Precisamos repor esses jogadores e talvez a solução esteja no banco de reservas.

Ao meu ver, podiamos improvisar na direita, com Rogerinho, que não sabe marcar mas tem velocidade e pode colocar pressão sobre o lateral adversário. Nesse caso seguramos os avanços do Alan fazendo ele cobrir a direita, mantemos o Netinho na esquerda, onde ele fez grandes atuações e o Pimba faz o meio com Willian e Marcelo Ramos na frente.

Acho que assim teriamos um time forte, sem zagueiros fazendo função de atacante, sem as subidas desesperadas de Danilo ou Rodolfo pela direita e com a defesa se postando para proteger os avanços do Rogerinho, Pimba e Netinho ao mesmo tempo. Com Willian e Marcelo Ramos para tabelar com os alas.

Creio que as críticas do nosso colega foram severas, mas não creio que sejam totalmente equivocadas, como torcedores, temos a capacidade de analisar o jogo e saber o que pode ou não dar resultado. Sempre faço isso e ao meu ver precisamos mesmo de mudanças. Precisamos de movimentação e objetividade e Alan Bahia também não estaria nos meus planos.

Saudações Rubro-Negras.
E apesar dessas crítica, não deixo de torcer por Alan e Nei para que façam uma grande partida diante dos verdes.



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