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17 ago 2007 - 18h31

Crise, daonde? Se sou atleticano, sou caveira até a morte!

Saudações atleticanas e fanaticanas. Todos os críticos e a imprensa em geral dizem que o Atlético-PR está em crise. Mas como assim?

Em menos de seis meses foi divulgado em nota oficial o lucro financeiro do Clube, 15 milhões, não foi? Então vamos tentar discernir as coisas e entender que isso aí que estamos passando não é uma crise. Que bom se fosse, não estaríamos perdidos no espaço sem saber o que fazer.

Eu tive o prazer de nascer junto com esta extraordinária torcida, Os Fanáticos, 1977. Eu acompanho o Atlético desde 1983. Me recordo muito bem de muitas diretorias que passaram na vida do Atlético. Todas, sem exceção, sempre apoiaram e estiveram junto de nós, a maioria tinha a simplicidade de assistir aos jogos no meio da galera, se, exclusão, éramos todos por uma causa maior, o Clube Atlético Paranaense.

Nós torcedores sabíamos das dificuldades de fazer futebol; não era fácil não, mas a torcida jamais teve vergonha de ir aos estádios e apoiar este nosso querido Furacão; pelo contrário, independente das circunstâncias, a presença da torcida e a festa estava garantida.

Os Fanáticos sempre deram show, fazendo com que torcedores de todas as idades e até os rivais ficassem pasmos, de olhos e ouvidos atentos, pois não é sempre que se vê isso, apenas quando a Fanáticos está presente.

Desde as cores, as criatividades, os adereços, a bateria, as bandeiras, os fogos, enfim, sempre foi um show; um porco no gramado em 1990, uma das cenas mais recordadas por todos que estavam naquele Atletiba de 1990, onde o Bigode e o nosso xará Julio conseguiram entrar dentro do gramado junto a bateria de foguetes, com um porco tingido de verde e branco: um autêntico torcedor trouxa-branca.

Recordando estes dias, aquele ano de 1990, um amigo meu, Reginaldo Carvalho contou uma história interessante sobre aquele Atletiba. Perdemos o jogo. Este meu amigo, embriagado, ao sair do Cocho Pereira, resolveu chutar as famosas portas de aço. Resumindo: foi preso. Levaram ele até uma salinha. Ele entrou e avistou aquele torcedor ilustre, o porco (risos), diz ele que acariciava o porco enquanto os policiais decidiam o que fazer com aqueles indivíduos.

Este meu amigo foi liberado; hoje, por sinal, é um grande profissional na área da arte, pintor de quadros de mão cheia. Que Deus o abençoe. Já o porco, não sabemos do seu destino, em que Reveillon foi abatido.

Tempos bons, mas de times horríveis, sem recurso, sem estádio, sem material humano e sem infra-estrutura. Assim mesmo, os homens que presidiam este clube eram esforçados, tentavam, mas sem sócios e sem dinheiro, não tinha como decolar; o jeito era se arrastar e tentar a sorte, mas a sua imensa torcida sempre esteve junto, com muito orgulho.

Em 1995, pinta na vida do Atlético este empresário que resolveu e conseguiu revolucionar o clube. Méritos para ele. Com seus pensamentos futuristas e inovadores fez do Atlético tudo aquilo que ele precisav: estrutura e estádio. Mas, espera aí! Cadê aqueles homens que tínhamos no passado, que sempre caminharam ao lado da sua torcida, o que é natural. Onde eles estão?

Podemos dizer que, o que falta para o nosso Atlético, hoje, é a “essência”. É como um casamento, se não existir amor, esqueça. A felicidade está na frente, estampada na cara da nossa diretoria, basta eles agirem com o coração e com a lógica. Somos brasileiros, quase a maioria emotivos, festeiros e carnavalescos. Não somos descendentes de ingleses, somos brasileiros, índios, italianos, portugueses, latinos… Enfim, isso não interessa, o que importa é que somos Fanáticos, respiramos o Atlético.

Quer conviver com esta crise, meu caro presidente? Crise é o que os outros dizem, porque hoje, o Atlético é um dos times mais ricos do Brasil. Rico em patrimônio e dinheiro; mas pobre, miserável, em espírito. Vamos ser milionários juntos presidente, só depende de você.

Você é o cara que sabe muito bem administrar um patrimônio, especialista em marketing e propaganda, tem a visão futurista e empreendedora, mas só.

Torcida, arquibancada, criatividade, incentivo e vibração, tudo isso é com a gente! Vossa Senhoria nunca vai aprender a ser como nós, torcedores do Atlético, fanáticos até a morte. Jamais. Tá no sangüe.

Aprenda a fazer futebol sem excluir a sua “essência”. Chega de teimosia e de tanta elitização. Todos nós erramos, mas a virtude do homem, está em se arrepender dos erros, está em saber que talvez você só tenha acertado, porque muitos erraram antes de você.

Não sabemos ao certo como foi que o Atlético formou esta gigantesca torcida, a mais vibrante do Brasil; não sei lhe explicar. Só sei que não foi por dinheiro e muito menos por infra-estrutura. Foi pelo Atlético mesmo, do jeito que ele era: simples, o verdadeiro time do povo. A torcida que você formou desde 1995 é qual presidente? Quantos mil ficam sentadinho na Arena? Esses torcedores que você formou, você poderia convidá-los a assistir os jogos no seu Pombal, com direito a rodízio de carnes e tudo mais e pode ter certeza que sobraria espaços.

O que a torcida do Atlético quer ter é o prazer de ir até a Baixada, de ver o show da torcida atleticana, de mulheres bonitas, apoiando o time os 90 minutos e um pouco mais. Vamos lá diretoria, a torcida já está lapidada, basta você colocá-la na vitrine.

Parabéns torcedor atleticano, somos privilegiados, graças ao nosso bom Deus. Só restou para nós, aguardar e ver se seremos respeitados e considerados da mesma forma que nós os respeitamos.

83 e 30 anos não podem ser resumidos em apenas 12 anos. Os valores vêm desde a criação. Revolucionar é preciso, mas preservar a essência é sinônimo de vitória e satisfação.



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